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O piloto neozelandês Philip Mehrtens foi sequestrado por rebeldes separatistas da Papua Ocidental, em 7 de fevereiro. Em um vídeo divulgado na última semana, o homem aparece ao lado de membros do grupo, fortemente armados, para enviar um recado à ONU.
No comunicado, aviões estrangeiros ficam proibidos de voar pelo espaço aéreo da região até que a ilha no Pacífico consiga sua independência. O piloto aproveitou o momento para mandar um recado à família, e garantiu que os rebeldes são amigáveis.
Philip trabalhava no transporte de passageiros com um pequeno avião da Susi Air. No dia do sequestro, outras cinco pessoas, incluindo um bebê, estavam a bordo. Os rebeldes afirmam que todos foram liberados, mas que o piloto ficou para que fosse usado nas negociações.
Após pousar em Nduga, um remoto distrito montanhoso, Philip foi cercado pelo Exército de Libertação Nacional da Papua Ocidental, o TPNPB (sigla derivada do nome do grupo em inglês: West Papua National Liberation Army).
Segundo o jornal The Australian, a intenção do grupo é pressionar a Austrália, a Nova Zelândia e outras nações que apoiam a Indonésia e não aceitam a independência da ilha, que foi anexada em 1969 e vive uma situação de conflitos há anos
O primeiro-ministro da Nova Zelândia, Chris Hipkins, recebeu detalhes preliminares do caso e disse à Radio New Zealand que a embaixada do país na Indonésia está acompanhando a situação.
‘Tenho conhecimento do caso. Não tenho detalhes completos sobre isso… Estou ciente de que a embaixada da Nova Zelândia está trabalhando no caso.’
Na última sexta-feira (13), o TPNPB postou um vídeo com Philip para reforçar suas exigências. Cercado por diversos rebeldes armados, ele lê um recado do grupo
‘Fui instruído a ler esta declaração: nenhum piloto estrangeiro tem permissão para trabalhar e voar em Papua até que o país seja independente. Eles solicitam que as Nações Unidas façam a mediação entre a Papua e a Indonésia para conseguir a independência de Papua’, diz o piloto.
O homem ainda aproveita a gravação para mandar um recado à família e diz que os rebeldes estão sendo amigáveis.
‘Tentem não se preocupar comigo, fui tratado tão bem quanto era de se esperar, dada a situação. Eles sempre me deram comida suficiente, água, roupas quentes e todos os remédios necessários devido à minha falta de condicionamento pelas longas caminhadas que fazemos. Amo muito vocês, por favor, sejam fortes. Espero que possamos estar todos juntos muito breve.’
Os combatentes separatistas lutam para conseguir a independência da Papua Ocidental, já que a presença de tropas indonésias no país e o alto índice de intervenções militares violentas desagradam à população local, que protesta intensamente a favor da separação desde 2019
As autoridades militares indonésias disseram que a intervenção no caso está sendo difícil, porque os suspeitos se misturam com os moradores locais. De qualquer forma, eles continuarão tentando medidas persuasivas. Órgãos internacionais não se pronunciaram ainda.
Segundo o New Zealand Herald, o Ministério das Relações Exteriores e Comércio da Nova Zelândia está prestando apoio consular à família do piloto, mas evitou fazer mais comentários, por questão de sigilo do caso.
Fotos: Reuters
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