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A Polícia Federal (PF) ouviu, nesta segunda-feira (6), as duas últimas pessoas que se encontraram com o indigenista Bruno Araújo Pereira e com o jornalista inglês Dom Phillips antes do desaparecimento deles, no domingo (5), durante uma viagem por terras indígenas na Amazônia. Um dos homens é uma liderança indígena e o outro seria um pescador.
A PF não divulgou o nome das duas pessoas ouvidas, mas afirmou que eles não são suspeitos, que falaram na condição de testemunhas e que, depois, foram liberados. A TV Globo apurou esses dois homens conversaram com Bruno Araújo Pereira e com Dom Phillips no sábado (4), na região do Vale do Javari.
A viagem que eles fariam, ainda no sábado, entre a comunidade São Rafael e Atalaia do Norte, deveria durar cerca de duas horas.
Quem são os desaparecidos
Montagem com fotos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips — Foto: Divulgação/Funai e Reprodução Twitter/@domphillips
Phillips e Bruno fazem expedições juntos na região desde 2018, de acordo com o jornal britânico “The Guardian”.
Segundo uma nota da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno é “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos”.
Em uma rede social, Jonathan Watts, editor do Guardian, disse que o jornal está preocupado e procurando informações sobre o colaborador.
Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), Bruno Araújo Pereira é servidor da fundação, mas não estava no local a trabalho. O funcionário havia tirado uma licença.
“Cumpre esclarecer que, embora o indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira integre o quadro de servidores da Funai, ele não estava na região em missão institucional, dado que se encontra de licença para tratar de interesses particulares”, diz a Funai.
A terra indígena Vale do Javari
Vale do Javari, no Amazonas, onde desapareceram indigenista brasileiro e jornalista inglês — Foto: Univaja/ Reprodução
A terra indígena Vale do Javari, região na qual estão desaparecidos Bruno Araújo Pereira, indigenista brasileiro e funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai), e o jornalista inglês Dom Phillips, do jornal “The Guardian”, fica na fronteira com o Peru e a Colômbia.
São 8,5 milhões de hectares demarcados, a segunda maior terra indígena do país – a primeira é a Yanomami, com 9,4 milhões de hectares. A região tem histórico de assassinato de um outro agente órgão federal e é palco de conflitos típicos da Amazônia: tráfico de drogas, roubo de madeira e avanço do garimpo.
Além disso, tem a maior concentração de povos isolados do mundo, com acesso restrito por vias fluviais e aéreas.
or Isabela Camargo, Wellington Hanna e Vladimir Netto, TV Globo
Leia outras notícias da região no g1 DF.
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