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Nem a fome, sede e cansaço, o risco de contrair doenças ou de sofrer violência física ou sexual ao longo de uma jornada de 106 km no meio da selva entre o Panamá e a Colômbia impediram que, até o fim de setembro, mais de 151 mil migrantes, a grande maioria venezuelanos, se arriscassem pela travessia do Tampão de Darién rumo aos EUA, uma das mais perigosas do mundo. O número já ultrapassa o recorde do ano passado, de mais de 133 mil pessoas — superior ao total acumulado em toda a década anterior. Não bastassem a selva densa e todos os obstáculos naturais, circulam por ali traficantes armados que levam grande parte da cocaína da América do Sul para os EUA.
Além do número sem precedentes de migrantes que se arriscam na travessia, há ainda uma mudança de perfil. Se, até o ano passado, os haitianos eram maioria, agora são os venezuelanos, correspondendo a mais de 70% do total. Segundo o Serviço de Migração do Panamá, houve um crescimento impressionante de 6.690% de venezuelanos atravessando o Darién quando comparados os dados de janeiro a setembro do ano passado e o mesmo período deste ano: de 1.586 para 107.692. No ano passado inteiro, os venezuelanos somaram 2.819. Já os haitianos totalizam 8.600 até agora neste ano.
Desde 2015, mais de 6,8 milhões de venezuelanos deixaram o país, segundo a ONU, rumo, principalmente, a outros países sul-americanos. Mas o agravamento da instabilidade econômica em toda a região levou aqueles que já haviam conseguido se estabelecer financeiramente em países como Colômbia e Equador a tentar a sorte nos EUA. Não por acaso, o número de venezuelanos apreendidos na fronteira Sul dos EUA bateu níveis recordes nos últimos meses.
Fuga em massa
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