Curta nossa Página no Facebook

Pesquisas anteriores já haviam mostrado que a redução da vegetação diminui a quantidade de água absorvida para a atmosfera
O desmatamento na Amazônia provoca mais chuvas na estação chuvosa e menos chuvas na estação seca, de acordo com uma nova pesquisa publicada nesta quarta-feira (5), que destaca o papel “essencial” da floresta tropical na regulação do clima local e global.
A perda de árvores na região da Amazônia, impulsionada principalmente pela agricultura predatória, mineração e desmatamento, compromete a capacidade da floresta tropical de absorver dióxido de carbono, gás que aquece o planeta.
Pesquisas anteriores já haviam mostrado que a redução da vegetação diminui a quantidade de água absorvida para a atmosfera, o que leva a condições geralmente mais secas.
A nova pesquisa, publicada na revista Nature, teve como objetivo obter uma visão mais detalhada, utilizando simulações climáticas regionais e dados de satélite da floresta entre 2000 e 2020.
Os pesquisadores, baseados na China e na Tailândia, descobriram que os impactos na Amazônia variam conforme as estações.
Foram registradas mais chuvas especificamente sobre áreas onde as árvores foram derrubadas durante a estação chuvosa (de dezembro a fevereiro), enquanto na estação seca (de junho a agosto), quando as plantas mais precisam, houve menos chuvas em uma região mais ampla.
“Devido ao seu papel fundamental na regulação do clima regional e global, são necessários esforços contínuos para proteger as florestas restantes na Amazônia, bem como reabilitar as terras degradadas”, concluem os autores.
Os especialistas destacaram que a perda de árvores na Amazônia, frequentemente causada pela expansão ilegal da agricultura, representa uma ameaça particular para as colheitas.
“Durante a temporada de chuvas, as áreas desmatadas experimentaram um aumento notável na precipitação (0,96 mm por mês para cada ponto percentual de perda de floresta)”, detalha o texto.
O aumento das precipitações “poderia exacerbar as inundações na estação chuvosa em certas regiões desmatadas, prejudicando a agricultura regional e a economia social”, disseram.
No geral, os autores descobriram que o desmatamento contínuo na Amazônia “poderia levar a uma diminuição no total de precipitações”, o que ameaçaria a fauna, intensificaria as secas e agravaria os incêndios florestais, além de reduzir a capacidade de absorção de CO2.
A diminuição das chuvas regionais também poderia resultar em “perdas econômicas substanciais na agricultura”.
Curta nossa Página no Facebook