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Prefeito discursa sobre ‘castração de meninas’ e o Ministério Público do Rio inicia investigação

Foto: Reprodução/ Redes Sociais

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O Ministério Público do Rio (MPRJ) iniciou processo de investigação na segunda-feira (18), sobre o discurso do prefeito de Barra do Piraí, Mário Esteves, que defendeu a castração de meninas do município, na última quinta-feira (14), durante a inauguração de uma estrada.

A 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva instaurou a notícia de fato, para apuração dos excessos da fala do prefeito e avaliar eventual responsabilidade, inclusive se houve improbidade administrativa. No último  domingo (17), o partido Solidariedade comunicou que expulsará Esteves de seus quadros.

O caso foi compartilhado nas redes sociais na última sexta-feira (15), e desde então Esteves tem sido alvo de críticas. O partido Solidariedade expulsou o político da legenda. Em nota, a direção estadual do partido disse que a fala de Mário foi “misógina, demonstrando total desrespeito às mulheres”, e que a decisão foi unânime. Afirmou ainda que o Solidariedade “não tolera discursos, ações e demonstrações de qualquer preconceito”.

“O que não falta em Barra do Piraí é criança. Cadê o Dione (secretário de Saúde)? Tem que começar a castrar essas meninas. Controlar essa população. É muito filho, cara. É no máximo dois. Tem que fazer uma lei lá na Câmara. Haja creche para ser construída ao longo dos próximos anos. Tem que ter um projeto federal, estadual e municipal, porque precisa, sim, desse controle. É muita responsabilidade colocar filho no mundo”, disse o prefeito no evento.

No procedimento, o MPRJ estabeleceu o prazo de dez dias úteis para o prefeito prestar esclarecimentos sobre o teor de seu discurso, no qual defendeu “castrar” as “meninas” da cidade. Deverão ser comprovadas documentalmente quais medidas de controle populacional foram efetivamente implantadas durante o seu governo, especialmente a quantidade de cirurgias de laqueadura e vasectomia, os critérios para aprovação de tais cirurgias, bem como a distribuição de preservativos e outros métodos contraceptivos na rede municipal de saúde.

Mário Esteves é casado e pai de um menino de pouco mais de 1 ano. “Já castrou a mãe desse menino?”, comentou um internauta em uma foto da criança, no perfil de Esteves no Instagram.

Em nota divulgada no sábado (16), a prefeitura afirma que Esteves “entende que a laqueadura seja um dos procedimentos para o incremento do planejamento familiar, assim como a vasectomia. Jamais teve a intenção de promover qualquer tipo de prática danosa ou preconceituosa às mulheres”. A fala do prefeito, segundo o comunicado, foi fruto de “um momento de descontração”. A nota cita ainda os investimentos da prefeitura no Hospital Maria de Nazaré e nos programas Saúde da Mulher e Saúde do Homem, “onde o planejamento familiar é discutido”.

Nas eleições do ano passado, o prefeito apoiou o pai, Jorge Esteves, na candidatura a deputado federal, pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS). Apesar de receber mais de 28 mil votos, ele não foi eleito. Na foto da urna, pai e filho foram retratados lado a lado.

Em janeiro deste ano, Esteves declarou apoio à 12ª Parada da Diversidade de Barra do Piraí.

“Todo tipo de diversidade deve ser respeitada. Acho um absurdo esses atos de violência que acontecem por causa da natureza sexual das pessoas. Isso é intolerável”, disse na ocasião.

“Fala de diversidade mas quer castrar as mulheres porque tem muita criança na cidade…”, apontou um internauta, no último sábado, em referência a essa declaração de janeiro.

Esteves sempre fez questão de tornar pública sua fé cristã. “Nunca entrei em um projeto sem antes buscar o clamor a Deus, pois sei que, se Deus estiver na frente, o projeto será abençoado”, disse no final de agosto do último ano, a pouco mais de um mês das eleições presidenciais, quando fez campanha para a reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Acabei de ver um vídeo em quem o senhor diz que tem que ‘castrar’ as mulheres da sua cidade para pararem de ter filho. Aí vim conferir. Com essas falas, só podia ser ‘conservador, Deus, pátria e família'”, diz um dos tantos internautas que o criticam nas redes.

 

 

Fonte: Extra

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