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Vinte e uma mulheres foram vítimas de feminicídio no Amazonas em 2022

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Em 2022, vinte uma mulheres foram vítimas de feminicídio no estado do Amazonas. Na comparação com 2021 houve uma redução de 10%. Em 2021, vinte três mulheres foram mortas. No mesmo período, 2.784 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil. Os dados são do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na quinta-feira (20).

Feminicídio é um termo de crime de ódio baseado no gênero, mais definido como o assassinato de mulheres em violência doméstica ou em aversão ao gênero da vítima.

Em 2022, os casos de tentativa de feminicídio aumentaram 25% no Amazonas. No mesmo período, os casos de ameaças envolvendo mulheres subiram 66% no estado. A taxa de crimes de perseguição, quando a vítima é invadida na sua privacidade, e de violência psicológica, tiveram alta de  139% e 27% no mesmo período. 

Nos dois anos, foram registrados 81 tentativas de feminicídio. 34.676 casos de ameaças contra mulheres e 2.453 casos de perseguição (stalking) e mais 1614 registros de violência psicológica. 

A dimensão da violência contra mulher foi tamanha que o Poder Judiciário do Amazonas concedeu 17.377 medidas protetivas de urgência contra os agressores. 

O maior nível foi no ano passado, quando o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) concedeu 9.038 medidas protetivas, contra 8.339 medidas em 2021. Um aumento de um ano para outro de 8%. 

Outro dado que descreve a dimensão da violência contra a mulher no Amazonas é o número de chamadas para o 190. Em 2021, foram 18.892 ligações cuja causa era a violência doméstica. No ano seguinte, o número caiu levemente para 18.771. 

No mesmo patamar dos outros crimes, os registros de assédio sexual e de importunação sexual cresceram. Nos dois últimos anos foram relatados 132 casos de assédio sexual, e 648 casos de importunação sexual. 

A onda de violência contra mulher também foi acentuada por conta do crime de divulfação de cena de sexo ou de pornografia. Foram 169 casos do tipo em 2021 e 2022. 

O painel de pesquisadores do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que o crescimento da onda de violência contra a mulher ocorreu por conta do desfinanciamento das políticas de proteção à mulher por parte da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Para eles,  o ex-presidente  teve a menor alocação orçamentária em uma década para as políticas de enfrentamento à violência contra a mulher. 

“Ainda chamamos a atenção para o impacto da pandemia de covid-19 nos serviços de acolhimento e proteção às mulheres, que em muitos casos tiveram restrições aos horários de funcionamento, redução das equipes de atendimento ou mesmo foram interrompidos”, ressalta o painel.

“Por fim, não há como dissociar o cenário de crescimento dos crimes de ódio da ascensão de movimentos ultraconservadores na política brasileira, que elegeram o debate sobre igualdade de gênero como inimigo número um”, concluíram os pesquisadores.

Foto: Junio Matos

*Acritica.com

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