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Turistas flagram momento em que onça-pintada caça jacaré no Pantanal; veja

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Um grupo de turistas vivenciou uma experiência única durante um passeio ecológico na região pantaneira. A bordo de um carro preparado para avistamentos da vida selvagem no Refúgio Ecológico Caiman, em Miranda (MS), e monitorados pelo jornalista e guia de ecoturismo Fábio Paschoal, os participantes puderam apreciar o raro momento em que uma onça-pintada caçava um jacaré em um açude.

As imagens foram captadas em vídeo pelo turista norte-americano Kurt Zelnak, que mora na Geórgia. O momento da caça também acabou registrado em fotografias por Paschoal. Segundo ele, foi um momento de rara beleza, em plena luz do dia.

“Essa época do ano é período de seca no Pantanal. Saímos cedo para fazer o passeio e paramos num açude que estava repleto de água. O local ideal para fazermos avistamento de vida selvagem, pois é onde os animais param para se refrescar e beber água”, contou o guia, que também é biólogo.

No tempo em que ficou parado no açude, o grupo pôde avistar tucanos, macacos-prego, papagaios e outros animais que chegavam para matar a sede. Depois de uns 40 minutos, Paschoal decidiu seguir caminho, contornou a lagoa e voltou para a estrada. Foi quando ele avistou um filhote de onça, a Oriba, cruzando a estrada. Logo depois, surgiu sua mãe, chamada Isa. Paschoal pediu para que o carro parasse e fizesse a volta.

“Na hora percebi que elas estavam indo para o açude. Então retornamos ao local. Chegando lá, havia uma terceira onça. Pelo binóculo, identifiquei a Aracy, que é uma onça que perdeu uma parte da orelha. Nisso a Isa e a Oriba chegaram e a Isa fez uma demonstração de domínio territorial. A Aracy rolou no chão para demonstrar submissão e elas não brigaram”, descreveu o guia.

Depois, ele diz que Isa deitou de um lado do lago e Aracy, do outro. Num dado momento, Aracy se aproximou novamente do açude e acabou pisando num jacaré. Ela mergulhou e, quando emergiu, já saiu da água com o animal na boca.

“As onças são os felinos com a mordida mais forte”, afirmou o guia, que já trabalhou como jornalista para a National Geographic durante cinco anos. “Ela não sufoca os animais ou busca a veia jugular. Ela simplesmente morde a cabeça, para quebrar o osso do crânio ou então morde o pescoço, para quebrar a medula espinhal. E foi o que ela fez com o jacaré”.

Olhando no fundo da alma

Segundo Paschoal, essa foi a primeira vez em 14 anos que conseguiu obter uma imagem tão próxima e tão rara de uma onça-pintada em seu hábitat natural. “Ela estava a apenas quatro metros de nós e caminhou ao sair do açude em nossa direção”.

Para o guia, essa será uma cena que ele nunca mais se esquecerá.

“É como se tudo parasse no momento em que uma onça surge no ambiente, como se a floresta inteira parasse para vê-la passar. Na gente, a sensação que dá é que os músculos ficam tensos, o coração acelera e a respiração quase para. É nesse momento que você tem a sensação que algo mágico está acontecendo. Quando uma onça olha no seu olho, parece que ela está olhando no fundo da sua alma”, afirmou.

O Refúgio Ecológico Caiman, um santuário da vida selvagem em pleno Pantanal, é o cenário para um projeto de conservação e turismo ecológico chamado Onçafari. Uma associação criada para promover a conservação do meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserida por meio do ecoturismo e de estudos científicos. O projeto trabalha com a biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás.

Imagem: Arquivo Pessoal/Fabio Paschoal

*UOL

 

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