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As Forças Armadas da Ucrânia alegam terem destruído “quase uma brigada inteira” da 155ª brigada da infantaria naval de elite da Rússia em batalhas perto da pequena cidade de Vuhledar, na província de Donetsk, afirmou o porta-voz militar ucraniano Oleksii Dmytrashkivskyi ao site Politico.
A brigada totaliza cerca de 5 mil soldados, cujos membros foram mortos, feridos ou capturados, de acordo com Dmytrashkivskyi, chefe do centro de imprensa unida do distrito de Tavriskiy das forças de defesa ucranianas.
— Um grande número de forças inimigas, incluindo a equipe de comando, foi destruído perto de Vuhledar e Mariinka em Donetsk — disse Dmytrashkivskyi. — Além disso, na semana passada, o inimigo perdeu cerca de 130 unidades de equipamento, incluindo 36 unidades de tanques.
Vuhledar fica a cerca de 150 km a Sudoeste de Bakhmut, cidade que há meses registra ferrenhos combates.
Há indícios de que as forças russas estejam registrando perdas pesadas nas duas localidades, a ponto de a Ucrânia remanejar soldados.
O Instituto dos EUA para o Estudo da Guerra (ISW), um think tank de Washington que monitora o conflito, diz em seu último relatório que as falhas táticas da Rússia em Vuhledar provavelmente enfraqueceram a crença de ultranacionalistas russos a respeito da capacidade de Moscou de lançar um ataque decisivo.
Fuzileiros navais ucranianos divulgaram um vídeo mostrando soldados russos em pânico no campo de batalha perto de Vuhledar.
Blogueiros militares russos culparam os comandantes russos por negligenciar as condições de treinamento do pessoal mobilizado, o que resulta em graves erros táticos.
Igor Girkin, ex-funcionário dos serviços especiais russos, chamou os generais russos de “idiotas completos que não aprendem com seus erros”.
Em seu canal no Telegram, Girgin confirmou que as forças de Moscou perto de Vuhledar estavam se movendo por pequenas estradas com colunas de tanques e veículos motorizados e, como resultado, ficavam abarrotadas em locais estreitos, tornando-se alvos fáceis.
Ele escreveu que muitos soldados se perderam e foram depois abatidos
Segundo o ISW, estes reveses podem indicar a falta de preparo dos soldados russos mobilizados.
A inteligência da Ucrânia afirma que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou que suas tropas ocupem totalmente Donetsk até março. Atualmente, cerca de metade do território está sob controle russo.
Apetite por munição
Nesta segunda-feira, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, alertou que a Ucrânia utiliza um volume de munições superior à atual capacidade de produção da aliança militar.
— A taxa atual de gastos da Ucrânia com munição é muitas vezes maior do que nossa taxa atual de produção. Isso coloca nossas indústrias de defesa sob pressão — disse Stoltenberg em entrevista coletiva em Bruxelas.
Segundo Stoltenberg, este é “um facto concreto”, mas ele acrescentou que a Otan está a atuar na questão.
— Estamos cientes disso há algum tempo e começamos a fazer coisas. Não estamos apenas sentados sem fazer nada. Estamos trabalhando duro. para aumentar nossa produção — afirmou
A primeira medida, explicou, foi iniciar “uma revisão extraordinária das nossas reservas.”
— Com esta informação vamos ver cada sócio individualmente, e poderemos fechar contratos com a indústria .
É possível também encontrar “alguma capacidade não utilizada” para aumentar a produção, segundo ele.
Os ministros da Defesa do grupo de contato da aliança sobre a Ucrânia se reunirão na terça-feira, em Bruxelas, para discutir justamente o fornecimento de armas às forças ucranianas.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksi Resnikov, participará das reuniões e apresentará detalhes das necessidades de suas tropas para enfrentar a ofensiva russa.
Na semana passada, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez lobby em Bruxelas, Paris e Londres para que os aliados da Otan entregassem caças às forças ucranianas, uma perspectiva vista com cautela por todos os lados.
Na segunda-feira, Stoltenberg disse que a entrega dos aviões seria objeto de negociações na terça-feira, mas acrescentou que ainda “levaria tempo e as prioridades de curto prazo são as prometidas munições e armas”.
Foto: Sergey BOBOK / AFP
*O Globo
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