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Augusto Aras tem sinalizado a interlocutores que a conduta da Procuradoria-Geral da República (PGR) no governo Lula seguirá a linha adotada na gestão Bolsonaro. O chefe do órgão afirma a pessoas próximas que a atuação do Ministério Público Federal (MPF) se manterá “garantista” e “contemplando o amplo direito de defesa”.
Com a vitória de Lula, Aras planeja se aposentar para se dedicar à advocacia na iniciativa privada, já que não nutre esperanças de ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal federal (STF).
Ao longo de todo governo Bolsonaro, o procurador-geral da República foi duramente criticado dentro e fora do Ministério Público pela atuação leniente que teve com o presidente em todas as esferas — desde acusações sobre omissão na pandemia ao desrespeito às demais instituições, como o Judiciário. Em seu mandato na PGR, Aras não fez nenhuma denúncia contra Bolsonaro e arquivou mais de 100 pedidos de investigação que tinham presidente como alvo.
A expectativa de Aras, no entanto, é ter uma relação harmônica com a gestão Lula até setembro de 2023, quando acaba seu mandato. Além de ser próximo de nomes ligados a Lula como o advogado de sua campanha Eugênio Aragão, Aras recebeu recados de que sua atuação para enterrar a Lava-Jato foi reconhecida pelos petistas.
*O Globo
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