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Um dos oito feridos nas brigas entre torcedores antes do jogo Flamengo x Vasco, neste domingo (5), não resistiu e morreu no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio.
Ele foi identificado como Bruno Macedo dos Santos.
Homem carrega pedaço de pau após briga de torcedores de Flamengo e Vasco — Foto: Reprodução
No fim da manhã desta segunda-feira (6) ainda estavam internados três pacientes, dois deles em estado grave. Três receberam alta, e um deixou a unidade à revelia.
As brigas tiveram início por volta das 16h45, quando ambulâncias do Corpo de Bombeiros foram chamadas para socorrer pelo menos duas pessoas.
Associação nega relação
A Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (Anatorg) emitiu uma nota em que afirma não haver relação dos torcedores baleados com torcidas organizadas.
Na nota de repúdio, a Anatorg diz que enviou para as torcidas organizadas, parlamentares, Bepe, MP e ao governo do estado “todos os pontos de deslocamentos”. “Durante o percurso, até a chegada no entorno do estádio, não houve conflito”, destaca.
Ainda segundo a entidade:
- “Na quinta-feira (2), houve a reunião de pré-jogo no Bepe, com 20 torcidas organizadas representadas, mas muito breve e protocolar, sem maiores orientações;
- Os uniformes e carros da PM não têm as câmeras, para registro das ocorrências, como determina o STF.
- Durante um longo período, não tivemos conflito entre as torcidas do Rio de Janeiro.
- A torcida do Flamengo tem como rota de chegada ao Maracanã, a avenida Radial Oeste, e a do Vasco, a Quinta da Boa Vista. Por qual razão, não havia policiamento na passarela que separa as duas vias, permitindo assim, que houvesse o encontro dos torcedores?
- Diversos artefatos, pedaços de pau foram apreendidos. Por que os supostos torcedores que os portavam, não foram detidos?
- Não há relação dos torcedores baleados com torcidas organizadas.”
“A Anatorg segue defendendo a punição individual, no CPF do cidadão, que causar qualquer tipo de crime, de acordo com o código penal. Não se pode penalizar as instituições e demais torcedores que nada têm a ver com episódios de violência”, defendeu.
Motoboy internado
Montagem com fotos do Carlos Henrique Ferreira e de sua mãe, Cristine Carvalho — Foto: TV Globo/Reprodução
Um dos internados é o motoboy Carlos Henrique Silva Ferreira, de 34 anos. Segundo parentes, ele sofreu traumatismo craniano, estava com um coágulo no cérebro e precisou passar por uma cirurgia durante a madrugada. O estado dele, de acordo com a família, ainda inspira bastante cuidados.
Cristine Carvalho, mãe de Carlos Henrique, contou como ficou sabendo da confusão, na qual o filho ficou gravemente ferido.
“Através da minha comadre. Ela foi até minha residência levando um vídeo, postando a imagem dele, no caso. Ele no chão, inclusive, sem as roupas, sem os pertences dele, como documentos, chave da moto, levaram tudo. Inclusive, um vídeo bem agressivo, né? Então, ele chegou aqui. Com isso, nós viemos aqui para o Souza Aguiar, porque tivemos informação que ele se encontrava aqui. Ele não veio de ambulância, ele veio, no caso, no carro da polícia”, disse a mãe.
“É muito difícil até porque nós estamos assim aguardando uma notícia. Saber assim que um filho da gente se encontra numa situação dessas, numa ignorância. Banalizaram a vida do ser humano até chegar a esse ponto.”
A Polícia Militar informou que, além do reforço dado à equipe da UPP Mangueira, 600 policiais atuaram na região do estádio. Um homem foi encontrado na Avenida Pedro II, com ferimentos pelo corpo e foi socorrido pelos Bombeiros. Disse ainda que uma segunda vítima foi encontrada na Rua Almirante Baltazar e encaminhada ao Hospital Quinta D’Or.
A polícia disse ainda que um homem envolvido numa dessas brigas foi preso. Foram apreendidos cerca de 50 pedaços de madeira, nove barras de ferro, cinco bombas caseiras, fogos de artifício, soco-inglês e artefato explosivo em diferentes pontos de São Cristóvão, Maracanã e Madureira.
Já no início da noite de domingo, policiais do 6º BPM (Tijuca) foram verificar disparos de arma de fogo na Rua General Canabarro. No local, homens lançaram garrafas dizendo que um outro homem que estava em um carro teria efetuado os disparos. Os policiais tentaram realizar a abordagem, mas o suspeito fugiu.
Objetos apreendidos pela polícia no jogo do Campeonato Carioca — Foto: Divulgação
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