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Quem mora no Rio e usa o X, antigo Twitter, já pode ter se deparado com perfis especializados na rotina de crimes do estado. “Direto do Miolo”, “Milícia RJ News”, “Milícia Neews 2” e “Baú do Tráfico FC” são alguns dos exemplos. Diariamente, elas compartilham informações de assassinatos, tiroteios, divulgam rostos e identidades de criminosos, além de atualizar sobre os domínios e disputas territoriais.
Apesar de ser difícil apontar que essas páginas sejam administradas por integrantes de organizações criminosas, a polícia já identificou que a @verdadesecreet, por exemplo, era comandada por membros da Família Braga, milícia do Zinho.
A descoberta surgiu com a quebra do sigilo telefônico de Rodrigo dos Santos, conhecido como Latrell, braço direito de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho. Ele foi preso em março de 2022, em São Paulo, após investigação da polícia. O celular, apreendido na ação, revelou conversas entre os criminosos, usadas como provas no processo contra a milícia. Nos diálogos, há detalhes sobre a administração da página, como o padrão das publicações e o cuidado com erros ortográficos.

Em uma conversa com Trigo, identificado apenas como Tiago, Latrell o aconselha a sempre marcar autoridades policiais nas publicações, como o Exército Brasileiro e as delegacias de Homicídios da capital e da Baixada Fluminense. Ele ainda reforça: “Só escreve direito/ Vocês escrevem muito errado”.
Segundo consta no processo, o objetivo do perfil @verdadesecreet era expor ações da milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera, principal rival de Zinho. A última publicação da página, ainda ativa, foi feita em 22 de abril de 2022, cuja legenda denunciava que um primo de Tandera estaria na Vila Kennedy, na Zona Oeste, negociando territórios do grupo. Atualmente, o perfil tem pouco mais de 3.750 seguidores.
Nas conversas anexadas ao processo, Latrell também dá dicas sobre o tom das publicações, apontando o mais importante a ser escrito nas legendas. Em mensagens do dia 1º de março de 2022, Trigo pede aprovação de um texto sobre a morte de um aliado de Tandera por Renato Alves de Santana, o Fofo, da mesma milícia, mas é repreendido:
“Não, mano. Fala que soldados do próprio Tandera revelaram que o Fofo matou o Pastor e acharam muita covardia”, pede Latrell.
Delegado titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, Rodrigo Coelho aponta que perfis como o Verdades Secretas compartilham, muitas vezes, informações falsas.
Fonte: Extra
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