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Mobilização homenageou Dia da Visibilidade Trans, celebrado na segunda-feira (29). Evento foi organizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais e teve como madrinhas Erika Hilton e Duda Salabert, primeiras deputadas federais trans do país.
Brasília recebeu, na tarde deste domingo (28), a primeira Marsha Trans Brasil. A mobilização aconteceu na Esplanada dos Ministérios em homenagem aos 20 anos do Dia da Visibilidade Trans no Brasil, celebrado na segunda-feira (29).
A concentração começou por volta das 13h, em frente ao Congresso Nacional. Às 18h30, o grupo fez uma caminhada até o Museu Nacional da República. O ato acabou às 20h.
O evento foi organizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e teve como madrinhas Erika Hilton e Duda Salabert, primeiras deputadas federais trans do Brasil. A Antra explica que a palavra “marsha”, grafada desta forma, é em homenagem à referência trans global Marsha P. Johnson, que lutou pelos direitos da comunidade LGBTIAP+ em 1969.
Segundo a Antra, de 2017 a 2023, foram mapeados 1.057 assassinatos de trans, travestis e pessoas não-binárias brasileiras. No ano passado, foram 145 mortes e, em 2022, 131 casos. Um aumento de 10,7% de um ano para o outro.
“Esse é um dado vergonhoso e que precisa ser enfrentado por toda a sociedade. Então, a visibilidade trans serve para jogar luz nas nossas perspectivas de futuro. Para jogar luz sobre os nossos direitos e qual a agenda que as pessoas trans querem colocar para a sociedade para que a gente possa construir um futuro digno”, diz Bruna Benevides, coordenadora da Marsha e secretária de articulação política da Antra.
Conscientização
De acordo com a Antra, o Dia Nacional da Visibilidade Trans é uma data importante “para aumentar a conscientização sobre os desafios e conquistas da comunidade trans e travesti no país”. Com o propósito de exaltar quem ajudou a trilhar o caminho da luta trans no Brasil ao longo das últimas décadas, a Marsha homenageou personalidades como:
- Katia Tapety: a primeira travesti a ocupar um cargo político no país
- Jovanna Baby: fundadora da primeira instituição trans do país
- Keila Simpson: primeira travesti a receber o título de doutora honoris causa no país
“Esse evento é um marco, não apenas pela sua revolução 20 anos depois, quando a gente tem a possibilidade de comemorar uma série de acontecimentos. Pessoas como eu, travestis, têm um histórico de invisibilidade histórica no Brasil”. diz a pesquisadora e professora Sara York.
Também participaram da manifestação mães de pessoas trans. Elas fazem parte do grupo “Mães da Resistência”, que nasceu em dezembro de 2021.
Elas dão apoio aos filhos e filhas que também fazem parte da comunidade LGBTQIA+. O objetivo é inspirar outras famílias e tornar o país mais seguro para todas as pessoas.
“O que eu quero viver aqui: alegria, amor, felicidade, respeito. Mostrar que os meus filhos existem, que eu amo e que tenho orgulho deles. Porque existem grupos como os nossos? Para que vocês se sintam acolhidos e entendam que essa luta é nossa. O conselho é entender que todo ser humano tem direito de ser quem ele é”, diz a professora Patrícia Ramos, mãe de uma mulher trans e um homem trans.
Fonte: G1
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