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“Não somos animais para estar comendo alimento vencido”, é o que denuncia o cacique Melquides Ventura Neto, do povo Kambeba durante ato de ocupação da sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Manaus.
A manifestação reuniu aconteceu na manhã desta quarta-feira (23), no prédio do órgão localizado na avenida Maceió, bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul da capital.
De acordo com o cacique, alguns itens de cestas básicas doadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a Funai, estariam com a data de validade vencida.
“Viemos aqui em busca de melhores condições para nossos povos. Tem alimentos que venceram no dia 12 deste mês e mesmo assim entregaram. Tem pacote de arroz que está totalmente apodrecido. Vão entregar o alimento mesmo com esse vencimento. Onde estão nossos direitos?”, questionou o cacique.
Pedido de exoneração
O líder indígena destacou ainda que dentre as revindicações em pauta, está o pedido de exoneração do servidor indigenista da Funai, Marcos Rojanio da Ponte Sales.
Segundo o cacique Melquides Kambeba, o servidor estaria retendo as cestas básicas e maltratando os indígenas.
“Pedimos mais respeito por nós indígenas. Temos direito como diz a Constituição. Queremos que todos os servidores da Funai respeitem nossos povos. Nós queremos a exoneração desse servidor pois ele está tratando os povos indígenas. Ele não nos representa”, ressaltou o líder indígena.
Sem reféns
Questionado sobre a especulação de que os indígenas teriam feito reféns no prédio da Funai, o cacique pontuou que a informação foi distorcida como forma de prejudicar o protesto.
“Nós viemos aqui pacificamente. Não fizemos ninguém de refém. Isso foi uma mentira inventada para fazer com que a nossa luta seja enfraquecida. Em nenhum momento prendemos ninguém aqui”, destacou o cacique.
Via liberada
O major Alan Rolim, comandante de Policiamento Especializado (CPE), que esteve na ocorrência, ressaltou que não houve reféns e que a negociação entre os indígenas e a Funai foi realizada de forma pacífica.
Após quase uma hora de negociação, a via que tinha sido interditada pelos policiais militares das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) liberaram a avenida.
“Não houve reféns nessa ocorrência. O que aconteceu foi uma exaltação de ambas as partes. Como parte dos indígenas estavam em frente ao prédio foi necessária a interdição da via. Toda negociação aconteceu na mais absoluta normalidade. A conversa foi amigável e com certeza houve um acordo entre os indígenas e a coordenação da Funai”, detalhou o comandante.
A reportagem de A CRÍTICA solicitou nota da Funai questionando sobre as reivindicações dos líderes indígenas, distribuição dos alimentos vencidos e pedido de exoneração do servidor. Até o momento da publicação desta matéria a reportagem ainda não obteve resposta.
Foto: Clóvis Miranda
*Acritica.com
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