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Governo americano deve enviar novo avião a Manaus para mandar deportados a BH, diz PF

Foto: reprodução/vídeo

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Previsão é que a aeronave pouse nesta tarde, segundo o delegado federal Sávio Pinzon. O primeiro voo com deportados dos EUA para o Brasil iria para MG, mas passou por manutenção durante escala em Manaus, e a decolagem foi cancelada nesta sexta-feira (24).

O governo americano deve enviar um novo avião neste sábado (25) para buscar o primeiro grupo deportado da era Trump que está em Manaus, informou o delegado da Polícia Federal Sávio Pinzon à Rede Amazônica. A primeira aeronave vinda dos Estados Unidos, com 158 pessoas a bordo, tinha Belo Horizonte como destino final, com conexão prevista na capital amazonense, mas precisou passar por manutenção, e o voo para Minas Gerais foi cancelado.

A PF não informou a nacionalidade dos ocupantes, mas, segundo apurado pelo g1 com o Itamaraty, 88 são brasileiros. A previsão é que o novo avião chegue a Manaus à tarde, ainda segundo o delegado.

Segundo informações obtidas pela Rede Amazônica, após o pouso, os passageiros estavam reclamando de calor na aeronave. Houve uma discussão entre os passageiros e a tripulação e uma mulher passou mal. Como não tinha uma escada para que descessem da aeronave, a tripulação acionou a rampa inflável para desembarque, mas o equipamento leva um tempo para voltar ao normal e está em manutenção.

Para ser liberada para voo novamente, a aeronave deve passar por uma vistoria completa. Enquanto isso, os passageiros estão em uma área isolada no aeroporto, sendo acompanhados por um delegado da Polícia Federal.

Vídeos cedidos ao g1 mostram equipes de resgate, policiais militares e federais atuando nas pistas do aeroporto de Manaus durante a manutenção da aeronave. Assista acima.

‘Tratam como cachorro amarrado na corrente’: brasileiros deportados relatam experiência de imigração para os EUA

Brasileiros deportados

Entre a noite de quinta (23) e a manhã desta sexta (24), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, utilizou uma rede social para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump — incluindo um suspeito de terrorismo, quatro integrantes da gangue Tren de Aragua e outros indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.

Ela disse, ainda, que “centenas de imigrantes ilegais já foram deportados em aeronaves militares”, marcando o início do que ela chamou de “a maior operação de deportação em massa da história”.

“Promessas feitas. Promessas cumpridas”, escreveu Leavitt, destacando que os voos de deportação já começaram. O anúncio reforça a política anti-imigração prometida pela nova gestão de Trump. (saiba mais abaixo)

A porta-voz publicou, junto com as declarações, fotos de deportados embarcando em uma avião militar. Não há confirmação, entretanto, se trata do voo com destino ao Aeroporto de Confins.

Trata-se do primeiro voo deportados com destino ao Brasil desde a posse do novo presidente, mas há a possibilidade de que alguns deles tenham sido detidos ainda na gestão Biden, que chegou ao fim na última segunda-feira (20).

Novas regras contra imigração

Ao tomar posse para um novo mandato na última segunda-feira (20), o presidente americano Donald Trump anunciou uma série de medidas adicionais para restringir a admissão de imigrantes – brasileiros ou de qualquer outra origem.

O texto divulgado pela Casa Branca com as prioridades do mandato cita “medidas ousadas para proteger nossa fronteira e as comunidades americanas”. Entre as ações elencadas, estão:

  • o restabelecimento da política “Permaneça no México”;
  • a retomada da construção do muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México;
  • a punição com pena de morte para imigrantes ilegais que assassinarem americanos;
  • o fim do asilo a quem cruza a fronteira ilegalmente;
  • uma grande operação de deportação de imigrantes ilegais;
  • o envio das Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, para a área da fronteira;
  • e a classificação de cartéis de drogas como “organizações terroristas estrangeiras”, evocando a a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798.

Trump também declarou “emergência” na fronteira entre EUA e México, o que significa a autorização do envio de militares à região.

Ainda no primeiro dia de mandato, Trump revogou cerca de 80 decretos do governo de seu antecessor, Joe Biden, referentes ao tema da imigração. Entre os decretos revogados está o que permitia a reunificação de famílias de imigrantes separadas na fronteira.

O republicano também retirou o direito automático à cidadania concedido àqueles nascidos em território norte-americano. E anunciou a suspensão da concessão de refúgios por ao menos quatro meses, além da revisão do sistema para análise desses pedidos.

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