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Culto de aniversário de Malafaia tem Clarissa isolada, número de Bolsonaro em versículo bíblico e santinhos eleitorais

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Estrela do culto em comemoração aos seus 64 anos, o pastor Silas Malafaia deixou claro, nesta quinta-feira, sua chapa preferida para as eleições deste ano. A celebração, que lotou de fiéis a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na Penha, Zona Norte do Rio, teve protagonismo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Cláudio Castro (PL), que ganharam espaço para fala e lugar de destaque. Clarissa Garotinho, candidata ao Senado pelo União Brasil, porém, não teve o mesmo prestígio, apesar da tentativa de se aproximar de Bolsonaro.

Na primeira fileira da região central do templo, Malafaia sentou ao lado de sua mulher, a pastora Elizete Malafaia, e dos principais nomes políticos da noite: além de Bolsonaro, do seu lado esquerdo, e de Castro, também se sentaram ali o senador Romário, candidato do PL à reeleição; o deputado Sóstenes Cavalcante, que preside a Frente Parlamentar Evangélica da Câmara e tenta se reconduzir à Casa; e o irmão do pastor, o deputado estadual Samuel Malafaia, que também tenta se eleger para novo mandato no Alerj.

A formação dos candidatos, uma espécie de chapa personalizada de Malafaia, também se repetiria ao fim da celebração. Os cinco foram os únicos políticos presentes que subiram no púlpito, com imagem espelhada também nos telões colocados dentro e fora do templo. Romário, inclusive, ganhou a atenção dos fiéis que estavam presentes assim que chegou. Só Castro e Bolsonaro, no entanto, tiveram espaço para fala. O governador destacou brevemente a “reserva moral” que é Malafaia, chamado por ele de “coerente em um mundo de incoerências”.

Bolsonaro participa de culto em comemoração a aniversário de Malafaia — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

Bolsonaro participa de culto em comemoração a aniversário de Malafaia — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

O presidente seguiu linha semelhante, e destacou sua amizade com o “conselheiro” Malafaia, antes de lembrar que foi o pastor quem celebrou seu matrimônio com Michelle Bolsonaro. A primeira-dama, no entanto, não apareceu no culto.

Clarissa Garotinho, que tem sido presença frequente nos eventos evangélicos com Bolsonaro no Rio, desta vez não teve destaque. Vestida com um blazer amarelo, à exemplo dos apoiadores do presidente que usavam camisa da Seleção Brasileira, ela tentou se colocar também na primeira fila assim que chegou, mas só conseguiu espaço na fileira de trás, e não teve menção alguma durante o evento.

Representantes do PTB, o deputado Daniel Silveira e sua mulher, Paola Daniel, também compareceram, mas sem a atenção do aniversariante. Na quinta ou sexta fileira do templo, a dupla mal foi notada durante o culto, assim como o deputado estadual Rodrigo Amorim, que os acompanhava. Quando Romário, concorrente de Silveira ao Senado, subiu ao púlpito, o parlamentar imediatamente se levantou e tirou fotos com apoiadores, antes de deixar o templo.

O esquema de segurança, inédito em outras visitas do presidente Bolsonaro, com revistas e grades que cercavam a entrada da sede da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Do lado de fora da igreja, blusas, balões coloridos e bandeira do Brasil estampada com o rosto do presidente eram vendidas aos fiéis que chegavam para a grande celebração.

Uma orquestra com cerca de quinze músicos, incluindo percussionistas e coral, cuidadosamente afinado, embalaram a trilha sonora do evento que, aos intervalos, misturava jazz e samba, arrancando aplausos do público, enquanto voluntários passavam com máquinas de cartões e envelopes do dízimo.

No início do culto, a cantora gospel e também pastora Eyshila, concunhada de Malafaia, aproveitou os holofotes e disparou:

— Queria que você falasse para 22 pessoas do seu lado: “Deus é fiel”.

O pastor Gerson Costa Filho teceu elogios a Malafaia e, assim como Eyshila, simulou uma passagem bíblica para pedir votos a Bolsonaro. “abram a bíblia no versículo 22, capítulo 22”.

Malafaia no discurso de encerramento, endossou o tom abordado pelos aliados de Bolsonaro ao fazer referência ao número de urna do candidato citando um versículo bíblico.

— Depois dele veio Jair, de Gileade, que liderou Israel durante 22 anos — completou.

Ao final do evento, com as autoridades políticas saindo aos poucos cercadas pelos membros da congregação que queriam fotografar a ocasião, voluntários e membros da assembleia recolhiam os carrinhos com as máquinas de cartões e varriam o montante de santinhos eleitorais espalhados no chão da igreja.

*O Globo

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