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Cinco sintomas da endometriose e como tratar

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Falar sobre endometriose não é nenhuma novidade em círculos de pessoas que menstruam. O assunto, porém, ganhou ainda mais destaque quando a cantora Anitta falou publicamente sobre a doença, na última semana, já que é uma das mulheres que enfrenta o mal. Mas, quais são os principais sintomas da endometriose?

A doença, a princípio, pode ser assintomática. Mas, com o passar do tempo, a paciente ou o paciente pode passar a sentir os sinais. Uma em cada seis pessoas com útero sofrem com as dores causadas pela endometriose, muitas vezes ignoradas quando buscam ajuda médica.

“O principal sintoma da endometriose é a dor pélvica, muitas vezes associada aos períodos menstruais. Embora cólicas menstruais seja um sintoma comum em pacientes sem a doença, aquelas com endometriose geralmente descrevem uma dor menstrual muito pior do que o normal e que pode aumentar com o tempo”, explicou Edilberto Rocha, Coordenador da Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Santa Joana Recife, ao Olhar Digital.

Os sintomas da endometriose

Os cinco principais sintomas da endometriose foram listados pelo médico, além da já citada dor pélvica. São eles:

  • Dor com relação sexual: dor durante ou após o sexo é comum com endometriose.
  • Dor ao evacuar ou urinar, principalmente no período menstrual.
  • Sangramento excessivo.
  • Infertilidade: às vezes, a endometriose é diagnosticada pela primeira vez em pessoas que procuram tratamento para infertilidade.
  • Fadiga, diarreia, constipação, inchaço ou náusea, especialmente durante os períodos menstruais.

Olhar Digital conversou com duas pessoas acometidas pela doença, a gestora de recursos humanos Manuella Alípio e a profissional de educação física Raiane Oliveira. Para Manuella, as dores eram companheiras indesejadas em seu dia a dia. Além dos sintomas citados por Edilberto Rocha, ela também sentia incômodo nas articulações. O excesso de dor em sua vida chegava até a atrapalhar a relação com outras pessoas, pois a doença também abalava o emocional.

Náuseas, enjoo, vômito, indisposição, sensação de peso nas pernas, fluxo menstrual, além de intenso, muito longo, também foram relatados por ele. Manuella ficava ainda impossibilitada de realizar atividades por causa da endometriose.

“Houve época de quase todo mês eu ser socorrida, ir para a emergência hospitalar tomar medicamentos injetáveis de rápido efeito, pois os de uso oral de administração em casa não surtiram efeitos devido a intensidade dos sintomas”, contou. Ela também já chegou a desmaiar por causa da doença.

Raiane também sentia tantas dores que chegava a vomitar. Ela mal conseguia ficar de pé. Mensalmente, eram 15 dias bem e 15 dias, antes e durante a menstruação, sofrendo com os sintomas da endometriose. Até a alimentação ela mudou para evitar se sentir mal.

Uma em cada seis pessoas com útero sofre de endometriose. Imagem: iStock

Como sentia o problema desde a adolescência, viu o diagnóstico mudar. Primeiro, foi dado como ovário policístico, o que a colocou em remédios que não resolviam a situação.

“No fim da adolescência, comecei a fazer outros exames e no diagnóstico começava a aparecer ‘suspeita de endometriose’ no útero, mas ninguém me dava um diagnóstico definitivo. Passei por inúmeros médicos, até que aos 24 anos recebi um diagnóstico definitivo”, contou.

A gestora de RH, por sua vez, passou a pesquisar na internet sobre o que sentia. Desconfiada, procurou sua ginecologista. Inicialmente, a médica não deu tanta atenção ao caso, mas, pela insistência da paciente, a encaminhou para exames, incluindo ultrassonografia e ressonância magnética, confirmando o diagnóstico.

Tratamentos para a endometriose

De acordo com o doutor Edilberto Rocha, o tratamento depende do quadro clínico da paciente. No caso de Manuella Alípio, o uso contínuo de anticoncepcional via oral, apenas com progesterona, foi indicado. Em seguida, ela migrou para as injeções trimestrais.

Agora, ela percebe o alívio das dores. “Depois disso, todos os sintomas desapareceram e eu vivo uma vida normal. O único efeito colateral que senti, até agora, foi o aparecimento de espinhas no meu rosto”, destacou. Esse tratamento é indicado para pacientes com dor abdominal, controlando a evolução da doença.

E em casos mais graves ou que não melhoram com a medicação, a intervenção cirúrgica se torna necessária. Raiane tentou a interrupção da menstruação, mas sofreu com efeitos colaterais. Pelo tempo em que era acometida pela doença, foi decidido que deveria fazer a cirurgia e tirar os focos do útero e trompa.

“Fiz a cirurgia e, posteriormente, biópsia, que confirmou o meu problema. Agora faço uso de um remédio específico para endometriose em que não menstruo para que não possa desenvolver a doença novamente, já que ela não tem cura”, explicou a educadora física.

Pessoas que desejam engravidar precisam de outras alternativas. “Em pacientes com infertilidade e que não conseguem engravidar com técnicas de reprodução de baixa complexidade, técnicas de fertilização in vitro podem superar o quadro”, concluiu o coordenador do Hospital Santa Joana Recife.

Fonte: Olhar Digital

 

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