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China se mantém imparcial à guerra entre Rússia e Ucrânia mas participa de negociações de paz

Foto: Reprodução / Internet

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O principal diplomata da China, Wang Yi, disse a seu colega russo que Pequim permanece “imparcial” na guerra na Ucrânia, um dia depois que uma delegação chinesa participou de negociações internacionais sobre o fim do conflito que incluíam Kiev, mas não Moscou.

Em uma ligação na segunda-feira (7), Wang enfatizou ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que a China e a Rússia são “bons amigos e parceiros confiáveis”.

“Na crise da Ucrânia, a China manterá uma posição independente e imparcial, emitirá uma voz objetiva e racional, promoverá ativamente as negociações de paz e se esforçará para buscar uma solução política em qualquer ocasião multilateral internacional”, disse Wang, de acordo com leitura divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da China.

A ligação ocorreu após conversas de dois dias organizadas pela Arábia Saudita, onde cerca de 40 nações, incluindo os principais aliados da Ucrânia, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha, bem como a Índia e várias nações do Oriente Médio, se reuniram para discutir a resolução do conflito, quase 18 meses desde o início da invasão da Rússia.

O grupo concordou com a importância do diálogo internacional para encontrar “um terreno comum que abra caminho para a paz”, segundo a mídia saudita oficial.

Lavrov “aprecia e saúda o papel construtivo desempenhado pela China” em direção a uma resolução política da “crise ucraniana”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China na segunda-feira (7).

O papel da China na construção da paz

Antes das negociações em Jeddah, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, chamou a participação da China de “um super avanço e uma vitória histórica”.

A Ucrânia e seus aliados ocidentais há muito tempo expressam a esperança de que a China e seu líder, Xi Jinping, que se diz amigo do presidente russo, Vladimir Putin, possam desempenhar um papel importante em levar Moscou à paz.

Tanto Xi Jinping quanto Putin veem uns aos outros como parceiros importantes na reformulação do que consideram uma ordem mundial liderada pelos Estados Unidos e hostil a seus objetivos.

A China continuou a fortalecer seus laços econômicos, diplomáticos e de segurança com a Rússia, apesar da invasão da Ucrânia por Putin, que Pequim nunca condenou.

Não enviou uma delegação para as negociações internacionais anteriores na Dinamarca em junho, apesar de tentar se posicionar como um potencial mediador da paz no conflito nos últimos meses.

A participação da China nas negociações de Jeddah ocorre no momento em que o país fortaleceu seus laços com a Arábia Saudita e aumentou os esforços para reavivar seu relacionamento com os principais parceiros econômicos da Europa em meio a problemas econômicos e atritos contínuos com Washington.

A reputação de Pequim na Europa foi significativamente prejudicada por seu apoio à Rússia.

O enviado especial da China para Assuntos da Eurásia, Li Hui, que liderou a delegação, “teve amplo contato e comunicação com todas as partes sobre a solução política da crise na Ucrânia… ouviu as opiniões e propostas de todos os lados e consolidou ainda mais o consenso internacional”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China à Reuters em um comunicado na segunda-feira. A CNN entrou em contato com o ministério para comentar.

No entanto, a participação da China nas negociações não parece alterar sua própria posição sobre o conflito.

Pequim continuará a fortalecer o diálogo com base em sua posição de 12 pontos sobre uma solução política para a crise, disse o ministério após as negociações, segundo a Reuters.

A proposta, apresentada por Pequim no início deste ano, pede negociações de paz para acabar com o conflito. Mas se afasta significativamente da própria visão da Ucrânia para a paz, na medida em que pede um cessar-fogo sem também pedir a retirada das tropas russas – um resultado que os críticos dizem que ajudaria Moscou a consolidar seus ganhos ilegais durante a guerra.

A Ucrânia e a Rússia continuam publicamente comprometidas com os pré-requisitos para negociações diretas que o outro lado considera inaceitáveis.

Fonte: CNN Brasil

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