Portal NDC
Amazonas

Carreata e pedidos por intervenção militar; Veja como foi a manifestação bolsonarista em Manaus

Curta nossa Página no Facebook

Público estimado de 5 mil pessoas (conforme organizadores) se concentrou em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), no bairro Ponta Negra, zona oeste de Manaus, para pedir intervenção militar contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A multidão não aceita a derrota nas urnas do candidato Jair Bolsonaro (PL), apesar dele mesmo ter aceitado o resultado e iniciado o processo de transição. Eles entoavam palavras de ordem pedindo intervenção e que um documento fosse protocolado pelo CMA para as Forças Armadas em Brasília.

Nem o fato do ato ser crime federal (Lei Nº 14.197/2022 sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito), demoveu a motivação dos manifestantes.

“É a última instância. Essas eleições não são confiáveis. Nunca dariam a vitória ao Bolsonaro e o STF (Supremo Tribunal Federal) não é justo. O que resta é pedir intervenção”, disse Jânio Moraes. Ele defendeu a manifestação em nome de “um Brasil justo, com um presidente mais digno”. 

 

Manifestantes fizeram carreata com destino ao Comando Militar da Amazônia (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)

Manifestantes fizeram carreata com destino ao Comando Militar da Amazônia (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)

Impedir a posse de Lula é o que move também Renata Albuquerque e João Rodrigues. Eles disseram que não estavam no ato por Bolsonaro, mas porque não aceitam o petista na presidência.  

“Eu ainda ‘sou Simone’ (Tebet, que foi candidata no primeiro turno e apoiou Lula). Por mim devia ser ela”, disse.  “Foi mais que comprovado que Lula cometeu crimes. O Brasil merece mais”, afirmou.

Lula teve seus processos anulados pelo STF, que concluiu que Moro não era o juiz competente para julgá-lo e que foi imparcial.

Luto e política

A carreata que reuniu bolsonaristas no CMA pedindo intervenção militar partiu da BR-174 às 12h. Por volta de 13h chegaram na Avenida Coronel Teixeira, Ponta Negra.  Na altura do conjunto Ayapuá, muitos desceram do carro e seguiram a pé.

Começou aí uma dinâmica com pessoas de verde e  amarelo  caminhando,  nos carros ou em motos entoando o hino nacional e, dentro dos ônibus, alguns passageiros fazendo o “L” de Lula, gerando bate-bocas imediatos.

Aline Rodrigues bateu-boca, mas não por causa de política. Ela e as amigas ficaram duas horas dentro do ônibus tentando chegar ao cemitério do Tarumã, na região. Afinal era Dia de Finados.

“Não respeitam nem os finados, deviam deixar o ônibus passar”, reclamou. Manifestantes ouviram e achavam que ela falava do presidente eleito e começaram a dizer ofensas ao vencedor das eleições. 

Entre os manifestantes, um símbolo nazista

Os apoiadores do presidente derrotado à reeleição, Jair Bolsonaro, investiram nas cores verde e amarela em camisetas, rostos pintados ou maquiados nos tons nacionais para o evento. 

Dona Maria Nazaré Torres, 70 anos, literalmente vestiu a bandeira. Abraçada ao símbolo, caminhava dizendo que estava lá “pelo Brasil, pela Amazônia, por todos”. 

Entre as cores da pátria, destoou um manifestante com indumentárias militares, rosto com tinta de camuflagem e insígnias no uniforme, entre elas uma cruz de ferro.

Homem vestido de militar ostentava uma cruz de ferro (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)

Homem vestido de militar ostentava uma cruz de ferro (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)

O objeto, originalmente criado pelos cavaleiros teutônicos nas Cruzadas da Idade Média, foi adotado pelo regime de Adolf Hitler nos anos 1930-1940. A cruz de ferro era a maior honraria dada aos combatentes da SS, a tropa de elite do nazismo. 

 

Curta nossa Página no Facebook

Ao continuar navegando, você concorda com as condições previstas na nossa Política de Privacidade. Aceitar Leia mais