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Público estimado de 5 mil pessoas (conforme organizadores) se concentrou em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), no bairro Ponta Negra, zona oeste de Manaus, para pedir intervenção militar contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A multidão não aceita a derrota nas urnas do candidato Jair Bolsonaro (PL), apesar dele mesmo ter aceitado o resultado e iniciado o processo de transição. Eles entoavam palavras de ordem pedindo intervenção e que um documento fosse protocolado pelo CMA para as Forças Armadas em Brasília.
Nem o fato do ato ser crime federal (Lei Nº 14.197/2022 sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito), demoveu a motivação dos manifestantes.
“É a última instância. Essas eleições não são confiáveis. Nunca dariam a vitória ao Bolsonaro e o STF (Supremo Tribunal Federal) não é justo. O que resta é pedir intervenção”, disse Jânio Moraes. Ele defendeu a manifestação em nome de “um Brasil justo, com um presidente mais digno”.
Manifestantes fizeram carreata com destino ao Comando Militar da Amazônia (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)
Impedir a posse de Lula é o que move também Renata Albuquerque e João Rodrigues. Eles disseram que não estavam no ato por Bolsonaro, mas porque não aceitam o petista na presidência.
“Eu ainda ‘sou Simone’ (Tebet, que foi candidata no primeiro turno e apoiou Lula). Por mim devia ser ela”, disse. “Foi mais que comprovado que Lula cometeu crimes. O Brasil merece mais”, afirmou.
Lula teve seus processos anulados pelo STF, que concluiu que Moro não era o juiz competente para julgá-lo e que foi imparcial.
Luto e política
A carreata que reuniu bolsonaristas no CMA pedindo intervenção militar partiu da BR-174 às 12h. Por volta de 13h chegaram na Avenida Coronel Teixeira, Ponta Negra. Na altura do conjunto Ayapuá, muitos desceram do carro e seguiram a pé.
Começou aí uma dinâmica com pessoas de verde e amarelo caminhando, nos carros ou em motos entoando o hino nacional e, dentro dos ônibus, alguns passageiros fazendo o “L” de Lula, gerando bate-bocas imediatos.
Aline Rodrigues bateu-boca, mas não por causa de política. Ela e as amigas ficaram duas horas dentro do ônibus tentando chegar ao cemitério do Tarumã, na região. Afinal era Dia de Finados.
“Não respeitam nem os finados, deviam deixar o ônibus passar”, reclamou. Manifestantes ouviram e achavam que ela falava do presidente eleito e começaram a dizer ofensas ao vencedor das eleições.
Entre os manifestantes, um símbolo nazista
Os apoiadores do presidente derrotado à reeleição, Jair Bolsonaro, investiram nas cores verde e amarela em camisetas, rostos pintados ou maquiados nos tons nacionais para o evento.
Dona Maria Nazaré Torres, 70 anos, literalmente vestiu a bandeira. Abraçada ao símbolo, caminhava dizendo que estava lá “pelo Brasil, pela Amazônia, por todos”.
Entre as cores da pátria, destoou um manifestante com indumentárias militares, rosto com tinta de camuflagem e insígnias no uniforme, entre elas uma cruz de ferro.
Homem vestido de militar ostentava uma cruz de ferro (Foto: Clóvis Miranda/A Crítica)
O objeto, originalmente criado pelos cavaleiros teutônicos nas Cruzadas da Idade Média, foi adotado pelo regime de Adolf Hitler nos anos 1930-1940. A cruz de ferro era a maior honraria dada aos combatentes da SS, a tropa de elite do nazismo.
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