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Boi-Bumbá e Bumba Meu Boi: saiba as diferenças entre os festejos citados por Isabelle Nogueira no BBB 24

Boi-Bumbá e Bumba Meu Boi — Foto: Divulgação

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Amazonense contou para os colegas de confinamento a história que deu origem as manifestações culturais. 

A amazonense Isabelle Nogueira, participante do reality BBB 24, comentou em uma conversa com os colegas de confinamento sobre algumas diferenças entre o Boi-Bumbá e Bumba Meu Boi, na quinta-feira (1º). 

Isabelle conversava com Lucas Henrique sobre o cardápio do almoço, na quinta, quando mencionou a história do boi, que teve a língua cortada.

“A Catirina, que era escrava na fazenda junto com o pai Francisco, ela ficou prenha e aí ela sentiu desejo de comer a língua do boi, só que era a língua do boi preferido da fazenda, que era o boi da sinhazinha, a filha do dono da fazenda”, disse.

 
Garantido pede fim de garimpos na Amazônia e Caprichoso exalta luta indígena e quilombola na 2ª noite do Festival de Parintins — Foto: Secom
Garantido pede fim de garimpos na Amazônia e Caprichoso exalta luta indígena e quilombola na 2ª noite do Festival de Parintins — Foto: Secom

A manauara continuou contando que o pedido da escrava foi atendido pelo marido, o que gerou revolta no dono da fazenda.

“Ela explicou que tem que ter compaixão, se não o curumin (menino) vai ser nascer com cara de língua, quando não se faz o desejo da grávida. Foi quando no Boi-Bumbá, lá do Amazonas, o pajé foi convidado para ressuscitar o boi, aí o boi ressuscita e tem uma grande festa na floresta. No Bumba Meu Boi é o padre, não, é o médico, o doutor da cura, parece, mas no boi-bumbá é o pajé”, destacou Isabelle.

A sister também pontua que essa inserção dos povos indígenas no enredo é um dos pontos diferenciais entre as manifestações culturais.

Bumbódromo de Parintins em noite de festival — Foto: Alex Pazuello/Agecom
Bumbódromo de Parintins em noite de festival — Foto: Alex Pazuello/Agecom

Diferenças entre Boi-Bumbá e Bumba Meu Boi

O professor doutor em Sociedade e Cultura, Allan Rodrigues, destaca, primeiramente, que em ambas as festas, o boi é o elemento central dessas danças folclóricas dramáticas. Além do Amazonas e Maranhão, outros estados também usam o animal como condutor das histórias e manifestações culturais, como o Boi de Reis (Espírito Santo) e o Boi de Mamão (Santa Catarina).

“Por esta razão, o escritor Mário de Andrade afirma que o boi é o bicho do Brasil”, enfatiza Allan.

Bumba Meu Boi — Foto: Divulgação Governo do Maranhão
Bumba Meu Boi — Foto: Divulgação Governo do Maranhão

A partir do enredo condutor, as festas culturais são manifestadas de formas diferentes, como explica o professor.

“O Folguedo maranhense não tem caráter competitivo e sim de celebração popular focada na música, com os grupos se apresentando nas praças e ruas durante a quadra junina. O elenco é composto por músicos, cantadores e os personagens centrais do Auto do Boi, como o Amo do Boi, Pai Francisco, Mãe Catirina, Índios, Vaqueiros e Gazumbás para contar e cantar a história da morte e ressurreição do boi”, explica Allan Rodrigues.

Garantido leva trajetória de lutas e glórias e Caprichoso destaca brado de revolução por meio do saber popular na 3ª noite do Festival de Parintins — Foto: Secom
Garantido leva trajetória de lutas e glórias e Caprichoso destaca brado de revolução por meio do saber popular na 3ª noite do Festival de Parintins — Foto: Secom

Já no Boi-Bumbá de Parintins, interior do Amazonas, há uma disputa entre os bois Caprichoso e Garantido. A partir da competição, toda cidade se divide entre azul e vermelho, e o local da disputa, conhecido como Bumbódromo, se torna palco das apresentações.

“No Boi-bumbá existe um festival onde as agremiações disputam o título de campeão por meio do julgamento de 20 itens, com apresentações que contam com gigantescas alegorias, dramatizações de lendas, rituais indígenas e do cotidiano dos caboclos da Amazônia. O foco principal da apresentação deixou de ser obrigatoriamente tragicomédia da morte e ressurreição do boi e passou a ser uma grande ópera a céu aberto que celebra os costumes, as tradições, a história e enorme diversidade biológica e social da Amazônia”, enfatizou Allan Rodrigues.

Outra particularidade do Bumba Meu Boi, que é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, é possuir uma variedade de estilos e multiplicidade de grupos, que são divididos em sotaques: matraca, zabumba, orquestra, costa-de-mão e baixada.

São João do Maranhão — Foto: Divulgação/Governo do Maranhão
São João do Maranhão — Foto: Divulgação/Governo do Maranhão

Enquanto o Boi-Bumbá conta com a marujada e a batucada entre as suas singularidades. Desde 2018, o evento se tornou um Patrimônio Cultural do Brasil.

Apesar das diferenças, as duas manifestações culturais acontecem no mês de junho, anualmente. Em 2024, o Bumba Meu Boi será realizado no dia 30 de junho, enquanto o Boi-Bumbá acontecerá nos dias 28, 29 e 30 do mês, no último fim de semana.

Isabelle Nogueira

Natural de Manaus, capital do Amazonas, Isabelle Nogueira tem 31 anos, é formada em Letras e chegou a dar aulas, mas hoje trabalha como dançarina e influenciadora digital no Amazonas.

Atualmente, a manauara é conhecida no Amazonas como cunhã-poranga do Boi Garantido, o boi vermelho e branco do Festival Folclórico de Parintins.

Boi Garantido e cunhã-poranga Isabelle Nogueira — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Boi Garantido e cunhã-poranga Isabelle Nogueira — Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Já danço há 17 anos de forma profissional no Brasil inteiro, levando a cultura do meu povo, e no boi-bumbá Garantido há 10 anos”, explicou aos “brothers” de confinamento.

Isabelle entrou na casa mais vigiada do país após uma votação popular. Integrante do grupo Pipoca, a manauara recebeu 60,22% dos votos e conquistou uma vaga na disputa.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: G1 AM

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