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Atraso na justiça: Caso de Erik Busetti e a espera por uma sentença para as vítimas de feminicídio

Foto: Reprodução

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Vídeos registrados por câmeras de segurança mostram os últimos momentos de Maritza Guimarães da Costa, 41, e Ana Carolina de Souza, 16, antes de serem mortas pelo delegado Erik Busetti, em um crime cometido em março de 2020.

Erik foi preso em flagrante no dia do crime e admitiu ter cometido os feminicídios. No entanto, quase quatro anos depois, ainda não há uma decisão da Justiça. O júri popular está previsto para acontecer no dia (15) de maio de 2024. Nas imagens, divulgadas recentemente, é possível ver o policial discutindo e agredindo as mulheres minutos antes de atirar contra elas.

O policial se entregou à polícia logo após o ocorrido. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Civil na época, a filha do casal, de 9 anos, estava dormindo em um quarto durante a ação. Após fazer os disparos, Busetti a retirou do local e deixou na casa de uma vizinha, pedindo para que chamasse a polícia, pois iria se entregar.

Procurada pela reportagem para comentar o novo desdobramento, o advogado do delegado, Cláudio Dalledone, afirmou que “mais do que olhar a chuva, é importante explicar como a nuvem se formou, e a defesa irá justificar o porquê do desencadeamento daquela tragédia”.

Delegado não aceitava a separação

A principal hipótese considerada no inquérito é a de que os assassinatos teriam relação com um processo de divórcio que estava em andamento entre Erik e Maritza. Segundo um dos advogados da família dela, que era escrivã da Polícia Civil, eles já estavam separados, e aguardavam a venda da casa para cada um comprar um imóvel.

“Eles já dormiam em quartos separados. Naquele dia, ela havia retornado da Operação Verão no litoral paranaense, e quando ela voltou, ele havia comprado bebida para propor uma noite romântica”, afirmou à CNN o advogado Samuel Rangel.

“Como já era definida a situação ela não aceitou. Com isso, ele ficou enfurecido e partiu para a agressão contra a filha dela, de um primeiro casamento. Quando Maritza ouviu as agressões, correu em socorro da filha, momento em que ele descarrega a arma nas duas”, concluiu Rangel.

Embora tenha admitido o crime, Erik ficou em silêncio durante o interrogatório com a polícia.

Continua recebendo salário

De acordo com consulta realizada pela CNN no Portal da Transparência do Governo do Paraná, mesmo que esteja detido há mais de 3 anos, Erik ainda aparece como servidor ativo, e recebe salário pelo cargo ocupado. Em novembro deste ano, ele foi remunerado com R$ 26.762,70.

Em 2020, a Polícia Civil afirmou que o delegado também responderia processo disciplinar administrativo, sob pena de demissão do cargo. Procurada pela CNN, a polícia não informou se o processo chegou a ser concluído ou se algum entrave foi encontrado, até a última atualização desta reportagem.

Além disso, em agosto de 2023 outra questão foi alvo de contestação da defesa da família. O delegado, de dentro do Complexo Médico-Penal em Pinhais, onde está detido, acessou múltiplas vezes um sistema policial de acesso restrito.

Segundo o inquérito aberto para investigar o caso, ele tentou consultar o próprio nome em sistemas sigilosos da Polícia Civil. Até a publicação desta reportagem, a polícia também não deu detalhes sobre o andamento da investigação.

 

 

 

 

Fonte: CNN

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