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Maria do Carmo Monteverde passou a vida olhando para o Garantido como um irmão mais velho e cresceu em meio a toda a tradição do boi-bumbá.
Aos 86 anos, Maria do Carmo Monteverde, filha do criador do boi Garantido, Lindolfo Monteverde, carrega a tradição da família e o amor pelo touro branco. Ela lembrou sobre a história de seu pai e também como foi crescer com toda a cultura do boi-bumbá. “É o meu primeiro irmão”.
Maria do Carmo lembrou que seu pai criou o boi Garantido apenas aos 11 anos de idade, em 1913, na Ilha Tupinambarana. O boizinho o acompanhava em pensamentos desde as brincadeiras de infância.
“Ele conseguiu colocar o garantido na Ilha Tupinambarana, na época que não era ainda Parintins. Com essa criatividade dele, gerada pelo Novo Senhor Jesus Cristo, a família rica em catolicismo, toda família que meu pai, ele recebeu essa bênção de Deus e conseguiu fazer essa criação”, lembrou.
Quando ela nasceu, o Garantido já existia há 25 anos e já era querido pelo povo. Ela passou a vida olhando para ele como um irmão mais velho e cresceu em meio a toda a tradição do boi-bumbá.
“Pra mim é o meu primeiro irmão. Quando eu nasci eu nasci em 1938 e ele nasceu em 1913. Ele já era querido da geração. Pra mim a alegria de viver ainda e viver feliz é porque em Deus existiu o garantido. Viver com ele até eu morrer”, afirmou Maria do Carmo.
Aos seis anos, Maria do Carmo começou a brincar de boi com sua família, quando sua avó vestia todos, porque Monteverde e seus irmãos trabalhavam pra manter o boi, que não recebia custos de outro lugar, na época.
“Não tinha ajuda de prefeito, naquela época não tinha prefeito. Não tinha ninguém aqui, era uma comunidade só. Então, meu pai falava Vão embora fazer os roçados de roça, de canavial, essas coisas, e todos trabalhavam juntos. Assim, ele criou o boi Garantido. Com a ajuda do povão”, disse.
Povão, como é um dos nomes dos torcedores do Garantido. Ela explicou que costumam se chamar assim pois as famílias da região eram imensas e seu pai os ajudava.
“Um ajudava o outro. Quando chegava na época do boi, o boi não saía só dia 28, 29 e 30 não. O boi chegava mês de junho, ele era aceito em toda comunidade. Nós íamos de casa seis horas da manhã e amanheciamos na Francesa, na casa do boi, cantando na casa do povão”, comentou.
História e tradição que Maria do Carmo carrega com amor em seu coração e se lembra de tudo que viveu com sua família ao longo dos anos, sempre que está junto ao Garantido.
“Quando eu estou lá, eu vejo meu pai, minha mãe, minha família, meus irmãos, todos. Eu vejo, parece que eu estou no lado do meu pai. O meu amor é muito profundo, existe e vai permanecer”, afirmou Maria do Carmo.
Fonte: G1 AM
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