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Segundo o Ibama, foram registrados 87 autos de infração e embargados cerca de 27 mil hectares em Apuí. Moradores relataram que os agentes destruíram as estruturas usadas na produção rural.
Uma operação de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), resultou em R$ 173 milhões em multas por desmatamento em Apuí, município do Sul do Amazonas. Durante as ações, realizadas durante o mês de junho, produtores rurais denunciaram abusos por partes de agentes da autarquia.
Os números foram divulgados pelo Ibama nesta quinta-feira (10). Segundo o órgão, durante a fiscalização foram registrados 87 autos de infração e embargados cerca de 27 mil hectares. A área de floresta destruída é equivalente a 26 mil campos de futebol.
Conforme a autarquia, o objetivo da operação foi reprimir infrações ambientais associadas à invasão e à grilagem de terras públicas, priorizando alvos de desmatamento ilegal em áreas vinculadas a projetos de assentamento, que figuram na lista dos mais desmatados do bioma nos últimos anos.
“As equipes de fiscalização constataram, ainda, que grandes desmatadores vêm adquirindo diversos lotes de assentados com o objetivo de concentrar terras e formar grandes propriedades, em desvio claro da finalidade do programa de assentamento”, diz um trecho da nota do Ibama
Os produtores que foram autuados podem responder por descumprimento de embargo e pelo crime de impedir a regeneração natural de área protegida e tiveram que remover o gado e todas as estruturas remanescentes das áreas embargadas.
Nas redes socias, moradores da comunidade de Sucunduri, na zona rural de Apuí, relataram que os agentes destruíram as estruturas que são usadas na produção rural. Em um dos episódios, a ação dos agentes foi registrada em vídeo por moradores. Veja acima.
“Derrubaram a cobertura, derrubaram a porteira”, relata um dos produtores rurais que estavam no local
O g1 questionou o Ibama para saber o posicionamento da autarquia sobre as denúncias feitas pelos moradores, mas até a atualização mais recente desta reportagem não houve resposta.
Após as ações, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil) se reuniu com o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Schiavon, para propor a formalização de um acordo de cooperação técnica com foco na regularização fundiária em Apuí.
De acordo com o governador, as áreas onde há regularização fundiária tendem a registrar menor pressão sobre a floresta.
“Um dos instrumentos mais fortes para que a gente possa fazer essa separação e garantir um processo mais justo de fiscalização é a regularização fundiária. O cidadão do Amazonas quer se legalizar, ele quer a presença do estado, seja do Governo Federal, seja do Governo do Estado, para caminhar com a documentação da terra dele”, afirmou Wilson Lima.
O chefe do executivo também esteve em uma reunião em Brasília com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, onde cobrou avanço nos processos de regularização e licenciamento ambiental, especialmente para os produtores que desejam atuar de forma legal, mas enfrentam dificuldades para obter os documentos necessários.
Fonte: G1
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