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Ananda Luiza Barreto da Silva, de 18 anos, e o pai, José Luís Rodrigues da Silva, de 63 anos, estão entre os desaparecidos do naufrágio próximo à ilha de Cotijuba, distrito de Belém, desde a quinta-feira (8), que deixou até então 19 mortos.
Os dois avisaram a família que a lancha clandestina Dona Lourdes II estava afundando, após um problema na embarcação.
Nas mensagens trocadas com a família, a universitária relata que estava com medo e que estava ventando muito:
“Estou com medo. Lancha parou. No meio da baia. E tá ventando muito. Eu não quero me desesperar, mas não estou conseguindo. Está horrível aqui. Está afundando. É sério. Te amo.”
O pai também avisou a família. “A lancha. Quebrou a hélice. Estamos à deriva“.
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Vítimas de naufrágio avisaram família que lancha estava afundando. — Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal
Ananda mora em Belém, onde faz o curso de engenharia florestal e tinha passado o feriado de 7 de Setembro em Salvaterra, no Marajó, onde vive a família.
Ao retornar para a capital, o pai viajava com ela para fazer uma consulta com cardiologista na capital. Eles tiveram que ir até Cachoeira do Arari, distante aproximadamente 69,8 km de Salvaterra, para conseguir viajar.
A enfermeira Eduarda Cavalcante é amiga de Ananda. Ela relata a angústia por notícias, já que as buscas ainda seguem pelo terceiro dia.
“Não sabemos se Ananda está viva, se o Zé Luís está vivo. Isso é a coisa mais agoniante que tem, que não deixa a gente dormir”.
Os familiares de Ananda e Zé Luís, como ele é conhecido, seguem no Instituto Médico Legal (IML) neste sábado (10). “Não sabemos de nada, ninguém informou nada, estamos aqui no IML”, diz uma parente.
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Lancha Dona Lourdes que naufragou próximo à Cotijuba, na travessia do Marajó a Belém. — Foto: Reprodução / TV Liberal
As buscas são feitas por uma força tarefa pela Baía do Marajó. Neste sábado, o corpo de uma mulher ainda não identificado foi localizado pela manhã. Agora, o número de mortes aumenta para 19. A vítima foi levada para o Instituto Médico Legal (IML).
Até a manhã deste sábado (10), a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) contabiliza a morte de 11 mulheres, 5 homens e 3 crianças. Outras 65 pessoas sobreviveram. Como o barco funcionava de forma irregular, não há lista oficial de passageiros, segundo o Segup.
Em nota, a secretaria informou que nove embarcações dos órgão de segurança do Estado e uma aeronave seguem nas ações de buscas e resgate, juntamente com duas embarcações e uma aeronave da Marinha do Brasil.
O número de passageiros na embarcação deixou de ser divulgado pelo governo, assim como o de desaparecidos.
Os bombeiros e Marinha encerraram as buscas às 18h de sexta e retomaram neste sábado, com mergulhadores que devem verificar se há vítimas dentro do barco.
A Segup informou que familiares de desaparecidos podem procurar o Grupamento Fluvial, na avenida Arthur Bernardes, nº1000, em Belém, onde são atendidos por equipe multidisciplinar que fornece informações, serviços essenciais, assistência pisco-social ou qualquer outra necessidade urgente.
Segundo a secretaria, os corpos que não forem procurados por familiares permanecem no Centro de Polícia Científica, até que sejam identificados. Um número da Defesa Civil do Estado foi divulgado para fornecimento de informações: (91) 98899-6323.
Segundo a Segup, 7 corpos foram deslocados na sexta-feira para serem sepultados na Ilha do Marajó e 4 em Belém. Os demais estão no Instituto Médico Legal (IML) para realização de exames necroscópicos.
Dois dos sobreviventes eram dados como desaparecidos até a manhã de sexta-feira, mas foram localizados em comunidades ribeirinhas: um menino de 4 anos e um jovem de 20, segundo informações da Segup.
No balanço divulgado na sexta-feira, o governo não confirmava o número total de passageiros que estava na embarcação clandestina. Na manhã de quinta-feira (8), o número de tripulantes era 70, depois aumentou para 82.
O naufrágio
A lancha carregada de passageiros, incluindo crianças e idosos, naufragou na manhã de quinta-feira (8) em frente à Ilha de Cotijuba em Belém. A embarcação saiu de Cachoeira do Arari, no arquipélago de Marajó, com destino à Belém .
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