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Busca do FBI na casa de Trump inflama linguagem de violência e guerra civil na extrema direita americana

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Nos últimos seis anos, os apoiadores mais leais de Donald Trump atacaram, como que por reflexo, autoridades federais sempre que tentaram investigar o republicano ou seus aliados. Porém, a reação à busca feita por agentes do FBI em Mar-a-Lago, a residência de Trump na Flórida, foi muito além da ira e indignação habituais. Influenciadores pró-Trump, figuras da mídia e até alguns candidatos republicanos a cargos públicos empregaram a linguagem da violência para inflamar sua base.

“Amanhã é guerra”, escreveu Steven Crowder, um comentarista conservador com quase dois milhões de seguidores no Twitter, horas depois da busca do FBI. “Durmam bem.” Essa linguagem agressiva foi dominante na direita da noite de segunda-feira à manhã de terça-feira.

“Isso. Significa. Guerra”, escreveu o Gateway Pundit, um veículo pró-Trump, em uma postagem on-line que foi rapidamente ampliada por uma conta do Telegram conectada a Steve Bannon, ex-estrategista político de Trump.

Horas depois, no podcast “Bannon’s War Room” (“Sala de guerra do Bannon”), Joe Kent, candidato à Câmara endossado por Trump em Washington, foi questionado pelo apresentador sobre sua avaliação da busca.

A ideia de que as coisas nos Estados Unidos se tornaram tão terríveis que a violência é necessária foi repetida por uma série de figuras de direita — como extremistas autoproclamados e ex-membros do governo de Trump — após a busca do FBI.

No ciclo eleitoral de 2016, muitos deles seguiram o exemplo de Trump ao criticar a prática de Hillary Clinton de usar um servidor de e-mail privado para mensagens relacionadas ao governo enquanto ela era secretária de Estado.

“País à beira da GUERRA CIVIL???”, Nicholas J. Fuentes, um proeminente nacionalista branco, perguntou em uma postagem anunciando uma transmissão ao vivo da busca do FBI.

“É isso”, Monica Crowley, ex-funcionária de relações públicas do Departamento do Tesouro de Trump, escreveu no Twitter. “Custe o que custar.”

O New York Young Republican Club (Clube dos Jovens Republicanos de Nova York) emitiu uma declaração condenando a “perseguição contínua” de Trump por “democratas totalitários”, acrescentando que era necessária uma ação além de meramente “votar contra” os inimigos do ex-presidente.

“Forças internacionalistas e seus aliados que almejam minar a fundação de nossa república passaram dos limites”, concluiu o comunicado, “e é a crença expressa do New York Young Republican Club que, se a justiça não for feita rapidamente nessas questões por todos os nossos eleitos e líderes, o futuro da União está em jogo”.

Apesar dessa retórica, não houve relatos imediatos de qualquer violência ou mesmo protestos em larga escala. Porém, havia algumas indicações de que ativistas estavam planejando manifestações contra o FBI.

Em postagens anteriores nas redes sociais, Ringlein se referiu ao presidente Biden como um “traidor”, dizendo que ele deveria ser enforcado.

A ideia de que uma guerra civil estava se aproximando era predominante nos círculos de direita nos dias que antecederam o ataque ao Capitólio. Líderes extremistas como Stewart Rhodes, fundador dos Oath Keepers, e Enrique Tarrio, presidente dos Proud Boys, muitas vezes reuniram seus grupos com referências incendiárias à violência purificadora da Revolução Americana.

Em sites pró-Trump, as pessoas começaram a compartilhar táticas e técnicas para atacar o Capitólio, discutir a construção de forcas e prender congressistas em túneis.

Algo semelhante ocorreu na noite de segunda-feira, quando os apoiadores de Trump mostraram descaradamente um gosto por conflitos armados, em aplicativos de mídia social como Gab e Truth Social.

Foto: GIORGIO VIERA / AFP

Fonte: O Globo

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