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Responda rápido. Qual a relação entre um seriado mexicano de humor e um modelo de carro? Quem responde é o jardineiro Chavedegol Galvão de Souza, de 40 anos, de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Isso mesmo. Filho de um sargento da PM, ele ganhou esse nome a partir da união de duas coisas de que o militar gostava. “Meu pai assistia ao programa Chaves e tinha um Gol”, resumiu.
A família de Chavedegol Galvão é mais um caso de “criatividade” familiar para colocar nomes “diferentões” nos filhos. Quem não lembra do caso do pintor automotivo Slowy Lowschider, de 30 anos, que viralizou após dar entrevista para a TV Globo?
Chavedegol é o filho caçula do sargento Inácio Galvão e de dona Adélia de Souza, que já morreram. Entre os oito irmãos, seis têm nomes “incomuns”. Todos eles foram escritos por mensagem de celular e enviados à reportagem pelo próprio jardineiro para facilitar a compreensão.
O irmão mais velho é Water Crow. Tem um que se chama Anter Brum e outro foi batizado de Blumenaudo. Fazem parte da família, ainda, Telegram, Charliedgeol e Hanamix.
As outras duas irmãs ganharam nomes considerados mais “simples”: Cleonice e Sueli. O jardineiro disse que Charliedegol foi uma “homenagem” ao general francês Charles de Gaulle, que lutou na Segunda Guerra Mundial.
“Meu pai não gostava muito de nomes comuns, que havia nas outras famílias na vizinhança. Ele dizia que ninguém iria copiar os nomes da gente”, explicou.
Para facilitar ainda mais o entendimento sobre o próprio nome, no início da conversa por telefone, ele foi adiantando. “Meu nome se fala tudo junto. Mas me chamam de Chavinho”, contou.
Para ninguém achar que era tudo brincadeira, ele mesmo enviou a cópia da careira de motorista.
Em entrevista ao g1, Chavedegol contou, com muito humor, histórias relacionadas ao nome. Fatos que aconteceram na escola, no médico e até e uma blitz da polícia.
O jardineiro lembrou da época do colégio. Segundo ele, uma professora dizia: “Chavedegol, a diretora cadeado quer falar com você”, afirmou.
O jardineiro contou também como foi a conversa com policiais que faziam uma blitz. Ele estava de moto, foi parado e manteve um diálogo inusitado, já que os agentes de segurança não acreditaram no que estavam lendo na carteira de motorista e no documento do veículo.
“Um dos policiais disse que não podia ter habilitação e documento da moto com o mesmo nome de uma empresa. O outro afirmou que não existia nome de empresa em carteira de motorista. Eu expliquei o meu nome, ficou todo mundo rindo e eles me liberaram”, lembrou.
As risadas também fizeram parte da rotina do jardineiro em consultas médicas ou em qualquer lugar que precisasse se apresentar. “O pessoal do banco pedia cópia da habilitação para me atender”, disse.
Linha dura
Chavedegol contou que o pai, o sargento, era muito rígido e tinha normas severas para “manter” os nove filhos na ”linha”.
Primeiro, mesmo com os nomes “diferentes”, não gostavam muito de apelidos em casa. “A gente costuma se chamar pelo nome mesmo. Meu irmão que é Telegram a gente chama de Ferro. Não sei o motivo”, comentou.
Mesmo sem a aprovação de apelidos em casa, fora da residência, ele não teve como escapar. “Pegam meu nome e juntam com qualquer modelo de carro. É Chavedefusca, Chavedefiat e Chavedechevette”.
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