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Não será nenhuma surpresa se a lista de produtos afetados for ampliada ainda hoje.
O tarifaço promovido pelo governo dos Estados Unidos contra o Brasil entra em vigor nesta quarta-feira, 6. Apesar de ter sofrido forte desidratação com a retirada de quase 700 produtos da lista dos que serão impactados pela medida, a taxa de 50% ainda coloca em risco setores como máquinas e equipamentos, carnes, café, frutas, móveis, têxteis e calçados entre outros.
Além de impactar tais setores, a medida extrema de Donald Trump também terá reflexos gerais na economia do Brasil, como a manutenção de juros altos “por tempo indeterminado”, o que, por si só, praticamente inviabiliza a recuperação econômica do Brasil nos próximos anos.
O governo brasileiro precisa insistir na negociação técnica, ainda que o outro lado não demonstre interesse em dialogar; deve apresentar alternativas para socorrer os setores afetados, e pode questionar a legalidade da sobretaxa junto a instituições como a Organização Mundial do Comércio e a própria Suprema Corte Norte-americana.
O fato é que, de imediato, o Brasil já vive uma situação inédita: somos penalizados comercialmente por motivos assumidamente políticos.
Insistir na negociação ainda é uma opção viável, uma vez que Trump já foi avisado que o tarifaço afetará bastante empresas norte-americanas que precisam dos produtos brasileiros, como a gigante McDonald’s, que busca no Brasil boa parte da carne que compõe o famoso sanduíche big mac.
Foi por esse motivo que a vigência da medida, inicialmente prevista para iniciar no dia 1º de agosto, foi transferida para esta quarta-feira.
Não será nenhuma surpresa se a lista de produtos afetados for ampliada ainda hoje.
O fato é que, hoje, haverá exportadores brasileiros prejudicados, principalmente pequenas e médias empresas.
O governo brasileiro promete divulgar ações de apoio a esses empreendedores no próximo dia 18. Esperamos que os critérios adotados contemplem aqueles que mais precisam.
Quanto ao questionamento sobre a legalidade das novas tarifas, o Brasil já deu o primeiro passo rumo a ações na OMC, não que tal atitude possa reverter a atitude dos norte-americanos, mas pode legitimar a queixa do Brasil, que mantém há muito tempo uma relação comercial deficitária com os Estados Unidos.
Fonte: A Crítica
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