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Médico cirurgião aposta no agro e planta mais de 10 hectares de caju em Bonfim, Norte de Roraima

Mudas de caju utilizadas no projeto foram trazidas do Nordeste — Foto: Raquel Maia/Rede Amazônica

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Alta produtividade dos frutos fez a Fazenda Desiderata se destacar como uma das pioneiras na produção comercial de caju no estado.

No lavrado do município de Bonfim, no Norte de Roraima, um projeto agrícola vem chamando a atenção pela inovação. É o cultivo de cajueiros em escala comercial feita pelo médico cirurgião Ruben Dario Zambrano. O assunto foi destaque no Amazônia Agro deste domingo (19), programa exibido na Rede Amazônica.

A ideia surgiu em 2021 após o médico comprar uma fazenda no município e descobrir que a região era propícia para esse tipo de cultivo. A área de plantio, com mais de 10 hectares, foi implantada sob orientação do agrônomo Elton Dias e também conta com a parceria da Embrapa Roraima.

 

Conforme o agrônomo, as mudas de caju utilizadas no projeto foram trazidas do Nordeste, região referência nesse tipo de cultivo. As variedades apresentaram boa adaptação ao clima e às características do solo roraimense.

“Considerando a última safra, temos estimativas de 15 toneladas de pedúnculo (parte da polpa) e cerca de 2 mil quilos de castanhas por hectare. Então é um resultado muito positivo”, disse Elton Dias.
Caju é produzido em propriedade no Bonfim — Foto: Raquel Maia/Rede Amazônica
Caju é produzido em propriedade no Bonfim — Foto: Raquel Maia/Rede Amazônica

A alta produtividade dos frutos fez a Fazenda Desiderata se destacar como uma das pioneiras na produção comercial de caju no estado. Mas ela tem ainda um outro diferencial com a produção em sistema de cultivo integrado. Isso significa que entrelinhas dos cajueiros, outros tipos de plantas são cultivadas.

 

“O caju é o nosso carro-chefe, mas na mesma área plantamos também batata doce, milho, manga, abacate e feijão. Isso é uma forma da gente aproveitar melhor a área com sustentabilidade e ter colheitas diferentes durante o ano”, afirmou o proprietário, Ruben Dario Zambrano.

Apesar dos bons resultados no campo, os produtores ainda enfrentam desafios. A principal dificuldade está na falta de estrutura para o escoamento da produção e para o beneficiamento do caju. A ausência de indústrias locais limita a comercialização dos frutos.

“Nós ainda precisamos de incentivos dos governos. Há uma fábrica de polpas em Bonfim, mas ela não começou a funcionar! Isso seria de grande ajuda para os produtores”, pontuou o produtor.

De acordo com ele, outra iniciativa para fortalecer a cadeia produtiva do seria a inclusão do caju e da castanha na merenda escolar, aproveitando o alto valor nutritivo da fruta. Isso seria uma forma de estimular o consumo local e garantir mais uma via de escoamento para os pequenos produtores.

Rede Amazônica procurou o governo de Roraima sobre o assunto, mas não obteve retorno.

Apesar dos desafios, a produção deve crescer nos próximos anos. Na área da fazenda novos testes estão sendo realizados em parceria com a Embrapa Roraima para melhorar ainda mais a produção dos cajueiros nas áreas de lavrado. São pesquisas que buscam identificar quais as melhores variedades de plantas para o estado.

 

Para Elton Dias, agrônomo responsável pelo projeto, as pesquisas e os incentivos no setor podem fazer do caju uma grande fonte de renda para pequenos agricultores de Bonfim e municípios vizinhos como Normandia. “O cultivo tem grande potencial, pode gerar emprego, movimentar a economia e fortalecer o campo com práticas sustentáveis”, afirmou.

Projeto com cajueiros iniciou em 2021 — Foto: Arquivo pessoal
Projeto com cajueiros iniciou em 2021 — Foto: Arquivo pessoal

 

Fonte: G1

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