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Excesso de peso aumenta o risco de cerca de 200 doenças, entre elas, problemas metabólicos, cardiovasculares e vários tipos de câncer
Após promover transformações em estrelas de Hollywood, valorizar as ações do fabricante em 65% e sumir das prateleiras das farmácias devido à alta procura, o Ozempic agora está sendo estudado para tratar condições de saúde diferentes da diabetes e da obesidade.
Desenvolvida pela empresa Novo Nordisk, a medicação foi criada para combater a diabetes, e a perda de peso era um efeito colateral esperado. Com o tempo, o uso off label se tornou mais comum e a caneta injetável virou uma aliada importante contra a obesidade, hoje considerada uma epidemia global.
“Os benefícios adicionais do Ozempic são de grande importância, já que muitos pacientes com obesidade sofrem de comorbidades, aumentando o risco de complicações graves de saúde”, explica a médica Andrea Pereira, cofundadora da ONG Obesidade Brasil, que presta assistência a pacientes com a condição.
Achados científicos além da obesidade
Até aqui, a diminuição do risco cardiovascular entre os que usam a medicação é um dos achados mais consistentes. No ano passado, a Novo Nordisk anunciou que o Wegovy, remédio similar ao Ozempic, reduziu em 20% o risco de eventos cardiovasculares graves em adultos com sobrepeso ou obesidade. A medicação tem o mesmo princípio ativo do Ozempic: a semaglutida.
Em março, o Wegovy foi aprovado nos Estados Unidos como medicação preventiva para doenças cardíacas em pessoas obesas ou com excesso de peso: é a primeira vez que um medicamento dessa classe é autorizado para esse fim.
Os resultados de outro ensaio clínico também demonstraram benefícios da semaglutida para a saúde renal. O uso da medicação reduziu o risco de eventos relacionados com doenças renais em 24% dos pacientes. A possibilidade de falência renal é maior para pessoas com obesidade, uma vez que o fígado trabalha com sobrecarga devido à massa corporal elevada.
“Conforme novos estudos vão surgindo, estão sendo investigados diferentes benefícios promissores dos agonistas do receptor de GLP-1, como o Ozempic. Por exemplo, uma pesquisa avançada mostrou que o medicamento melhorou significativamente os sintomas da apneia do sono; um outro apontou benefícios contra a doença hepática gordurosa”, afirma o médico Rodrigo Schröder, que tem especialização em nutrologia.
Ozempic e inflamações cerebrais
Uma outra vertente interessante de estudos investiga se a medicação pode ter efeitos protetores para o cérebro contra as doenças neurodegenerativas. A hipótese é que a medicação seja capaz de reduzir as inflamações de neurônios que provocam declínio cognitivo e são características de pacientes com Alzheimer e Parkinson.
A farmacêutica já está realizando ensaios clínicos com esse fim para avaliar a eficácia do medicamento e a expectativa é que os primeiros resultados sejam divulgados em 2025.
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Fonte: Metrópoles
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