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Famílias de imigrantes do México e da América Central esperam desesperadamente notícias de seus entes queridos nesta terça-feira (28) enquanto as autoridades americanas trabalham na sombria tarefa de identificar as pessoas que morreram depois de serem abandonadas em uma carreta sem ar condicionado no calor sufocante do Texas.
O número de mortos aumentou para 51 nesta terça, 39 homens e 12 mulheres, declararam as autoridades locais em coletiva de imprensa. O proceso de identificação levará dias. Entre os hospitalizados, há um adolescente em estado crítico.
O motorista do caminhão e outras duas pessoas foram presas, disse o deputado americano Henry Cuellar, do Texas, à agência Associated Press.
Ele disse que o caminhão passou por um posto de controle da Patrulha de Fronteira a nordeste de Laredo, Texas e que não sabia que havia imigrantes dentro do carreta quando passou por ali.
Promotores federais acusaram os cidadãos mexicanos Juan Francisco D’Luna-Bilbao e Juan Claudio D’Luna-Mendez de serem estrangeiros ilegais nos EUA com posse de armas de fogo, de acordo com documentos judiciais apresentados nesta terça num tribunal no Texas. Eles teriam ligação com o caso das mortes na carreta, mas não está claro se estão entre os presos citados pelo deputado Cuellar.
Os corpos foram descobertos na tarde de segunda-feira nos arredores de San Antonio, quando um funcionário da cidade ouviu um grito de socorro do caminhão estacionado em uma estrada deserta e encontrou a cena horrível de dezenas de corpos amontoados, disse o chefe de polícia William McManus.
Mãe e filha se abraçam observando local onde pessoas foram achadas mortas dentro de um caminhão em San Antonio, Texas (EUA), na segunda-feira (27) — Foto: Kaylee Greenlee Beal/Reuters
Dezesseis pessoas – seus corpos quentes ao toque – foram levadas para hospitais, incluindo quatro crianças.
Quarenta e seis pessoas foram encontradas mortas no local, disseram as autoridades. Mais cinco morreram depois de serem levados para hospitais, informouo juiz do condado de Bexar, Nelson Wolff, o principal funcionário eleito do condado. A maioria dos mortos eram homens, disse ele.
A contagem de mortes foi a mais alta de todos os tempos em um incidente de contrabando de pessoas nos Estados Unidos, de acordo com Craig Larrabee, agente especial interino encarregado das Investigações de Segurança Interna em San Antonio.
“Este é um horror que supera qualquer coisa que já experimentamos antes”, disse o prefeito de San Antonio, Ron Nirenberg. “E, infelizmente, é uma tragédia evitável.”
O presidente Joe Biden chamou as mortes de “horríveis e de partir o coração”.
“Explorar indivíduos vulneráveis com fins lucrativos é vergonhoso, assim como a arrogância política em torno da tragédia, e meu governo continuará a fazer todo o possível para impedir que contrabandistas e traficantes de seres humanos se aproveitem de pessoas que procuram entrar nos Estados Unidos entre os portos de entrada”, disse Biden em um comunicado.
A oposição não demorou a criticar o democrata por sua responsabilidade neste drama, um dos piores na história do país, acusando-o de não aplicar uma política firme na fronteira.
Depois de um dia com temperaturas que beiravam os 40 graus, “os pacientes que vimos estavam quentes ao toque, sofrendo de insolação, exaustão pelo calor, pois não havia indícios de água no veículo”, descreveu.
Segundo o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, 22 dos mortos são do México, sete da Guatemala e dois de Honduras. “É uma tremenda desgraça”, afirmou.
López Obrador acrescentou que o tema da migração será “central, básico” em sua reunião com Biden em 12 de julho. É uma “prova amarga” da necessidade de apoiar políticas que busquem o desenvolvimento para que as pessoas não precisem sair de seus locais de origem.
‘Indústria criminosa’
Segundo os primeiros elementos da investigação, “esta tragédia foi provocada por traficantes” que “exploram” os migrantes “sem respeito por suas vidas“, garantiu Biden em comunicado.
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