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A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) afirmou nesta sexta-feira (24) que “recebeu com preocupação a notícia” da ida do senador Chico Rodrigues ao território Yanomami sem autorização dos indígenas. O parlamentar preside a Comissão do Senado criada para acompanhar a crise Yanomami e desembarcou no território na segunda-feira (20) de carnaval, sem os demais integrantes do grupo.
Em nota, a Funai afirmou que recebeu cartas de organizações indígenas sobre a ida do senador e informou para o Ministério dos Povos Indígenas. Ontem, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara declarou ao g1 que o senador deve responder pela visita e que a Funai não havia sido comunicada.
A Funai relembrou ainda que as autorizações de entrada na Terra Yanomami estão suspensas devido à emergência de saúde pública. A entrada na Terra Yanomami é coordenada a partir das ações prioritárias definidas no Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-Yanomami).
“Nesse sentido, a fundação recebeu com preocupação a notícia de ida intempestiva de senadores à terra indígena, sem comunicação prévia, sem notícias sobre a programação, em desacordo com a Portaria Conjunta nº 01/2023, e principalmente, sem a anuência dos Yanomami”, informou.
Chico Rodrigues foi ao território mesmo após instituições indígenas se posicionarem contrárias à participação dele e de demais parlamentares de Roraima nos trabalhos da comissão
O senador foi à região em um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB), desceu no pelotão do Exército e, acompanhado de um general, visitou o posto de Surucucu, onde indígenas doentes são atendidos.
Além disso, para a vice-presidente da Comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a ida de Chico não tem legitimidade. Isso porque, segundo ela, o senador não teve o aval dos demais membros do grupo de trabalho e não apresentou nenhum plano de atividades prévias.
O Ministério Público Federal em Roraima também pediu explicações do senador Chico Rodrigues (PSB) sobre a visita. O pedido “visa identificar os objetivos e atividades da referida Comissão Temporária Externa na Terra Indígena Yanomami, na perspectiva da defesa dos povos que habitam a TI Yanomami.” Ele tem 10 dias, a contar do dia 20, para responder.
Foto: Júnior Hekurari Yanomami/Divulgação
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