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Louco”, “Silencioso” e “retraído”. Assim que o pai de um homem de 69 anos, suspeito de ter matado três pessoas e ferido outras três no centro de Paris nesta sexta-feira, descreve o filho. Em entrevista à AFP, ele conta que o atirador “não disse nada” e “teve que planejar (a ação) sozinho”. O autor do ataque admitiu aos investigadores que é racista.
De acordo com a AFP, o atirador atribuiu o ataque ao fato de ser “racista”. Ele foi encontrado com um estojo carregado com uma caixa com pelo menos 25 cartuchos e “dois ou três pentes carregados”, disse uma fonte que acompanha as investigações. A arma era uma pistola Colt 1911 do Exército dos EUA “muito usada”.
Conhecido pelo Judiciário francês por ter cometido atos de violência em 2016 e uma tentativa de homicídio em um campo de imigrantes em 2021, o atirador foi detido pouco tempo depois dos acontecimentos. O idoso inclusive já ficou preso por quase um ano.
— Ele era quieto, como dizem. Eu não gostava muito porque gostava que ele se expressasse, mas ele era muito retraído. Não vivia como todo mundo — disse o pai, de 90 anos, em entrevista à agência. — Esta manhã, ele não disse nada quando saiu (…) Ele é louco. Ele é louco — acrescentou.
Os fatos aconteceram na Rue d’Enghien, próximo a um centro cultural curdo, em um animado bairro comercial popular entre a comunidade curda.
Segundo o ministro do Interior da França, Gérald Darmaninque, que se deslocou ao local durante a tarde, o atirador pretendia “obviamente atacar estrangeiros”. O suspeito saiu da prisão no dia 12 de dezembro, após ser preso por atos de violência racista premeditada e degradação, cometidos em dezembro de 2021 em Paris.
Investigação
De acordo com a AFP, a Promotoria da capital francesa abriu uma investigação pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio, violência dolosa com armas e violação da legislação sobre armas. As investigações foram, por enquanto, confiadas à polícia judiciária parisiense. Até o momento não se sabe a motivação exata do homem preso.
No Twitter, o presidente Emmanuel Macron denunciou o crime como um “ataque odioso” contra os “curdos da França”.
“Penso nas vítimas, nas pessoas que lutam por viver, em suas famílias e conhecidos. Agradeço às nossas forças de segurança por sua coragem e seu sangue frio”, escreveu na rede social.
A prefeita de Paris, Mayor Anne Hidalgo, disse que os assassinatos foram cometidos por um “ativista de extrema direita”.
— Onde quer que vivam, os curdos devem ser capazes de viver em paz e segurança. Mais do que nunca, Paris está a seu lado nesses tempos obscuros — disse Hidalgo.
Foto: AFP
*O Globo
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